Ciências na Roma Antiga

Os romanos desde a sua origem etrusca têm um apreço pela observação da natureza. Os etruscos acreditavam que era possível prever o futuro ao observar os movimentos dos animais e da atmosfera. Entretanto, não foi apenas de superstições que os romanos praticavam a sua ciência. Plínio demonstrou um amplo interesse nas ciências naturais ao elabora uma enciclopédia do mundo antigo, chamado Historia Naturalis sobre variados temas, como: Cosmologia, Zoologia, Botânica, Medicina, Mineralogia, etc.

Os romanos não foram exímios cientistas, mas usaram da influência científica grega para conquistarem de forma prática os seus objetivos militares e construção de um grande império. Matemática, Geografia, Astronomia e Medicina figuram os principais estudos que se destacaram os romanos.

Matemática

Mesmo tendo dificuldade de elaborar cálculos complexos devido a forma de compreender e representar os números, os romanos usaram os estudos da matemática principalmente para desenvolver os estudos dos movimentos aplicados na mecânica. Como auxiliar para arte de calcular os romanos criaram o ábaco (abacus) instrumento que possibilitavam que eles fizessem contas com as dezenas, as centenas até o milhão. Por meio desses estudos elaboraram a agrimensura, que era usada para melhorar o aproveitamento das áreas de plantio, bem como na organização das cidades. Os romanos criaram também por meio dos cálculos máquinas complexas que os auxiliavam em seu cotidiano tais como: hodômetro (que calculava a distância percorrida), elevadores, e máquinas que auxiliavam na moagem do trigo e azeitonas. Além disso foram exímios engenheiros, construíram grandes obras, como canais de esgotos, aquedutos, etc.

Versão moderna de um ábaco romano. Foto: FabrikaSimf / Shutterstock.com

Geografia

Os romanos tinham grande conhecimento dos mapas elaborados pelos gregos, e o seu interesse em produzir a cartografia estava ligado ao domínio de novos territórios, ou para auxiliar as incursões dos seus exércitos. Além de marcos militares, como postos e acampamentos em territórios ainda não conquistados, nos mapas romanos podia-se verificar as suas cidades, parte do relevo, a hidrografia, mares, oceanos e as estradas. Pompônio Mela, nascido no século I d.C, foi um dos primeiros a publicarem sobre a importância da Geografia Geral e da Cosmografia para os interesses políticos-militares. Por meio dos seus estudos Pômponio já entendia que a Terra tinha um formato esférico cercado de água por todos os lados. Outro autor que se dedicou aos estudos da Terra foi Cláudio Ptolomeu, que escreveu no século II d.C. uma obra que nos dá a ideia do dos conhecimentos geográficos romanos.

Astronomia

Nos estudos astronômicos, Marcus Vitruvius Pollio, nascido no século I d.C., era o grande expoente romano. Em seus estudos sobre a trajetória do sol, deixou detalhes minuciosos para a construção de relógios solares, e menciona a existência de vários relógios. Também descreveu o fácil funcionamento dos relógios de água, ou clepsidras, como eram chamados pelos gregos. Plínio, fez menção as contradições existentes ao formato da Terra e apresentou cálculos que indicavam as diferentes durações do dia em vários lugares do império romano. Seus estudos mostravam que quanto mais longe dos polos, menores eram os dias durante o solstício de verão, e o oposto durante o inverno.

Medicina

Efetivamente a medicina entre os romanos, se deu durante o Império. A cidade de Alexandria era onde estavam as principais escolas de medicina, e os médicos que saiam formados de lá tinham muito prestígio. Nas escolas de Alexandria se praticava o estudo da anatomia em cadáveres, e muitos acusavam os médicos de fazerem a vivificação, prática de abrir os corpos vivos, em seres humanos. Celso, foi um grande expoente na medicina, e seus estudos versavam sobre história da medicina, dietas, terapêutica, patologias, enfermidades internas, externas e cirurgias. Os romanos deram atenção as práticas de higiene e os médicos tiveram grande influência entre os imperadores.

Referência

Bibliografia: Giordani, Mario Curtis. História de Roma: A antiguidade Clássica II. Petrópolis, Ed. Vozes, 2001.

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