A colonização alemã na África data do final do século XIX ao início do século XX. Sua breve presença em África não fez da colonização alemã menos impactante. A presença alemã se deu a partir da Conferência de Berlim, que partilhou a África entre as nações europeias, dentre elas a Alemanha.
Entre os menores Estados a Alemanha figurou como uma importante colonizadora de África. A atuação de seus diplomatas consentiu ao governo germânico a anexação de territórios em diversas partes do continente. Assim, fizeram parte do Império alemão como colônias os atuais Togo, Camarões, Tanzânia, Ruanda, Burundi e Namíbia. Dessa forma a Alemanha teve colônias na África Oriental, no sudoeste africano e no litoral atlântico, explorando esses territórios notadamente a partir da presença da companhia Deutsche Ost Afrika Gesellschaft, que ganha uma das primeiras concessões para atuar na África Oriental.
O atual Togo, que faz fronteiras com Burkina Faso, Benin e Gana e tem a capital em Lomé foi um dos territórios colonizados pelos alemães, que no final do século XIX impunham trabalhos forçados aos nativos. Os alemães foram retirados de Togo na Primeira Guerra Mundial e o território passou a ser dividido entre Inglaterra e França. Somente em 1956 tiveram sua independência declarada.
Os demais casos – Camarões, Tanzânia, Ruanda, Burundi e Namíbia – são bastante parecidos. Em Camarões, por exemplo, os britânicos foram os primeiros a colonizar a região, mas em 1884 torna-se protetorado alemão. Em 1916 com a expulsão destes pela França e pelo Reino Unido as duas nações dividirão o Camarões em dois: franceses no lado oriental, ingleses no lado ocidental. Camarões só teve sua independência decretada em 1960.
A Tanzânia, na África Oriental, segue o mesmo caminho, sendo colônia alemã de finais do século XIX ao início do século XX, passando a ser colônia britânica até 1961. Ruanda tem o mesmo processo, assim como Burundi. As duas foram unificadas e ficaram sob tutela da Bélgica até 1962.
Já a Namíbia teve a presença alemã até a primeira guerra mundial, sendo posteriormente dominada pelo Reino Unido. Sua independência só veio em 1990, já no final do século XX.
É preciso destacar que a Primeira Guerra Mundial foi um marco para colonização alemã no continente africano. Com a derrota na Grande Guerra a Alemanha perdeu seus territórios em África que foram divididos entre as principais nações europeias no período – França e Inglaterra.
Além da exploração de matérias primas - como fosfato, café, cacau e algodão no Togo, por exemplo - Bismark, estadista alemão do período, defendia que a presença alemã em África não se dava apenas pela exploração de seu território, mas que se caracterizava em um dever em nome da civilização. Ou seja, os europeus acreditavam ser os representantes do projeto civilizador e, em tese, estariam levando-a aos povos subjugados de África. Essa visão é altamente racista e hierárquica, postura europeia que marca a colonização como um todo e a justificativa falha para exploração do território africano.
Neste sentido formas de trabalho análogas à escravidão existiram em diversas colônias europeias, como é o caso das colônias alemãs. Mesmo que o processo de colonização tenha sido justificado pela campanha antiescravagista – e pelo desenvolvimento do capitalismo – a exploração do trabalho compulsório dos nativos foi comum e constante.
O trabalho análogo à escravidão foi uma das formas de trabalho presentes nas colônias, mas não a única. Com uma divisão social e sexual do trabalho e tentativa de imposição modelos de sociedade e trabalho europeus, os alemães estabeleceram em suas colônias um projeto de exploração, que teve seu fim com a projeção das consequências da Primeira Guerra Mundial.
REFERÊNCIAS:
MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013.
HERNANDEZ, Leila M. G. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005.
http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/18111/1/2015_art_smscorrea.pdf
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