Colonização britânica na África

Entre o final do século XVII e meados do século XIX os Ingleses assumiram a frente da colonização do continente africano. Por serem uma potência econômica no período, com os resultados da Revolução Industrial já consolidados, a Inglaterra vai liderar a exploração da África, interferindo, inclusive, na questão da escravidão, levantando a bandeira contra o tráfico atlântico, já em declínio. Assim, encaminham o comércio africano para a exportação do ouro, diamantes e tapetes, marcando a dominação inglesa em seu mercado.

Estabelecem assim novas colônias na costa africana. Vários foram os Estados africanos colonizados pelos ingleses. São eles: África do Sul, Egito, Sudão, Gana, Nigéria, Somália, Serra Leoa, Tanzânia, Uganda, Quênia, Malawi, Zâmbia, Gâmbia, Lesoto, Maurícia, Suazilândia, Seicheles e Zimbábue.

Entre 1880 e 1914 todo o continente africano foi dominado pelos europeus. Esse domínio está relacionado ao desenvolvimento do capitalismo ocidental que precisava de matérias primas para a indústria, mão-de-obra barata para extração das mesmas e mercados consumidores e com esta intenção passou a explorar o território e os povos africanos.

Antes mesmo da exploração efetiva e da divisão do continente entre os países europeus, expedições foram enviadas à África para o reconhecimento geográfico do território. Já no início do século XIX o governo inglês financiou expedições de reconhecimento para futura exploração.

As nações europeias disputavam territórios em busca da ampliação de sua presença em África. Para resolver esta rivalidade uma convenção feita nos anos de 1884 e 1885, a chamada Conferência de Berlim. Foi nesta conferência que aconteceu a Partilha da África entre as nações europeias. Entre as mais beneficiadas, que ficaram com a maior parte do território, estão Inglaterra e França.

Os britânicos fixaram-se em Gâmbia, Serra Leoa e Nigéria e continuaram a explorar Zanzibar e Egito, este último já controlado pelos britânicos desde 1882. Outro ponto de interesse foi a África Austral, na África do Sul, onde exploraram os diamantes.

O governo britânico pouco se envolvia na administração colonial direta e procuravam não alterar os alicerces dos governos locais, além disso seguiam o princípio da autonomia financeira – condição da autonomia política que mantinham. Os representantes ingleses atuavam como intermediários. Eram concedidas liberdades de decisão aos chefes locais que não conflitassem com os interesses da metrópole. Nessas relações Londres sempre tinha direito ao veto, mantendo o poder dos ingleses.

A exploração econômica se dava através de companhias comerciais que tinham sede nas metrópoles e ganhavam o direito a exploração do território, mantendo uma boa margem de liberdade em suas ações com os nativos. Essas relações foram marcadas de violência para com os nativos em seu cotidiano.

Entre as companhias inglesas que mais exploraram o continente africano estão a United African Company e a Royal Niger Company, que exploraram a Costa da Guiné, e a British South Africa Company, de Cecil Rhodes, presente na África Austral.

Cecil Rhodes foi um dos maiores investidores e exploradores do continente africano e se tornou um dos homens mais ricos da Inglaterra. Sua riqueza foi construída com base na exploração das minas de diamante na África do Sul. Após pressionar Londres conquistou autorização para ocupar também a região da Botsuana, que em 1885 passou a se chamar de província da Rodésia em sua homenagem. A companhia De Beers é até hoje uma das principais atuantes no mercado de diamantes.

O século XIX foi marcado pela colonização europeia e a Inglaterra foi uma das nações que mais explorou os territórios africanos. Somente no século XX o processo de descolonização da África acontece. Das colônias inglesas a primeira a conquistar sua independência é a África do Sul, em 1910 e a última o Zimbábue em 1980.

Referência:

MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013.

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