A Dinastia Julio-Claudiana era formada por membros da gens Claudia. Foi a primeira dinastia do Império Romano, criado após a morte de Júlio César. O primeiro Imperador desta dinastia foi Augusto.
Caio Júlio César Otaviano Augusto (nascido Caio Otávio) foi o primeiro imperador romano. Ele era sobrinho-neto de Júlio César e por ele foi adotado. Assim como Júlio César, Otávio também compôs um triunvirato, o Segundo Triunvirato Romano, uma aliança efetivada para que líderes dividissem o poder. A ascensão do primeiro imperador – Augusto – foi um dos marcos importantes para a garantia de certa estabilidade no início do Império Romano. Assim, a pax romana, período iniciado durante o governo de Augusto, foi um momento de garantia de paz e tranquilidade sobre Roma.
Tibério havia participado do governo de Augusto, tendo sido um importante membro da administração do império à época. Caracterizou-se pela sua diplomacia e capacidade de mediação política. Ele governou de 14 a 37 d.C., iniciando seu governo aos cinquenta e cinco anos. No período em que governou o Império Romano conseguiu mediar a relação com o senado, ampliando suas atribuições. Além disso soube gerir bem as finanças do império. Mas, socialmente, o final de seu governo foi violento. Acreditava em conspirações, e buscava oprimir os que representassem perigos internamente. De toda forma soube manter certa paz e estabilidade, mantendo uma atitude moderada, especialmente em relação às províncias romanas.
O segundo imperador desta dinastia foi Calígula, que governou de 37 a 41 d.C. Mesmo com grandes expectativas sobre seu governo pouco pôde cumprir. Fora acometido de doença grave, e acredita-se que tenha sofrido com algum tipo de distúrbio psicológico, que o fez ter atitudes estranhas. Seu objetivo era levar para Roma um novo modelo de governo, o despotismo teocrático, ou seja, um regime onde, além do poder estar concentrado nas mãos de um único governante de forma arbitrária, ainda seria justificado pelo poder religioso. Calígula, caso seguisse esse modelo, poderia ser encarado como um deus na terra. Seu governo também foi prejudicial economicamente: ele gastou as reservas deixadas por Tibério, criou e arrecadou novos impostos, confiscou bens, especialmente dos ricos. Ele foi assassinado em 41 d.C.
Em seguida subiu ao poder Cláudio, que governou entre 41 e 54 d.C. O governo de Calígula havia deixado o império enfraquecido. Havia à época aqueles que ainda acreditavam e lutavam pelo modelo republicano. Aqui é preciso lembrar: antes do início do Império, os principais homens do poder compunham o senado. Após o fim da República estes foram enfraquecidos politicamente e muitos buscavam reverter a forma de governo. Assim, a instabilidade deixada pelo governo e morte de Calígula parecia uma abertura de possibilidades para que os republicanos retomassem o poder sobre Roma. Foi a guarda do imperador – a Guarda Pretoriana – que garantiu que Cláudio chegasse ao poder, um homem de estudo. Foi um governo que sofreu influências tanto de membros da família como de seus libertos. Foi Cláudio que tornou mais simples o acesso a cidadania aos que viviam nas províncias, ainda considerou diversos escravos livres e construiu estradas para melhor contato e ligação entre o seu vasto império. Foi durante o governo de Cláudio que os romanos conseguiram conquistar a Britânia, região almejada por Júlio César.
O governo de Cláudio foi encerrado de forma dramática. Ele foi morto por sua mulher, Agripina, que o envenenou para deixar o império para Nero, filho de Agripina em seu primeiro matrimônio. O governo de Nero foi a transição entre as dinastias que sucederam a Julio-Claudiana. Seu governo foi marcado pela violência, entre os anos de 54 a 68. Ele subiu ao poder aos dezessete anos de idade, e perseguiu não só os seus inimigos políticos mas todos aqueles que representassem algum perigo a seu governo. Foi Nero também que iniciou as perseguições aos cristãos em Roma.
A dinastia Julio-Claudiana foi marcada por imperadores com diferentes propostas e perspectivas sobre Roma, das mais burocráticas às mais violentas.
Referência:
GIORDANI, Mario Curtis. História de Roma: A antiguidade Clássica II. Petrópolis, Ed. Vozes, 2001.
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