Dominância apical faz parte do mecanismo que influencia a ação inibitória da gema apical sobre as gemas axilares por meio da ação de dois hormônios em conjunto, a auxina e a estrigolactona, que interagem na regulação da dominância apical.
Os primeiros estudos sobre substâncias reguladoras do crescimento em plantas foram realizados por Charles Darwin e o seu filho Francis, relatados no livro The Power of Movement in Plants (O poder do movimento nas plantas) e publicado no ano de 1881. Já em 1926, o fisiologista vegetal Frits W. Went, estudou um mecanismo que isolou a “influencia” dos ápices dos coleóptilos (estrutura protetora que recobre o sistema caulinar em plântuas de gramíneas) de plantas de aveia (Avena, Poaceae). Através deste experimento, nomeou a substância química descoberta com o nome de auxina (do grego auxein “aumentar”). A principal auxina de ocorrência natural é o ácido indol 3-acético (AIA). Este ácido é possivelmente sintetizado por vias dependentes e independentes de triptofano. O principal local de biossíntese de auxinas ocorre nos meristemas dos ápices caulinares, nos primórdios foliares, nas folhas jovens e em sementes que estão se desenvolvendo. A auxina é transportada tanto de modo polar ou unidirecional quanto de modo não polar. Os seus principais efeitos estão relacionados com a dominância apical, respostas trópicas, diferenciação de tecidos vasculares, promoção da atividade cambial, indução de raízes adventícias em estacas, inibição da abscisão de folhas e frutos, estimulação da síntese de etileno, inibição ou promoção (no caso do abacaxi) da floração, estimulação do desenvolvimento de frutos.
A dominância apical ocorre quando a influência inibitória da gema apical se dá sobre a gema axilar. A auxina fornece sinais químicos que comunicam informações por longas distâncias. Em muitas espécies de plantas, a gema apical inibe o crescimento de gemas laterais. Isto ocorre devido ao fluxo basípeto de auxina proveniente da gema apical em crescimento inibir o crescimento das gemas axilares. Se o crescimento do ápice caulinar que está localizado na gema apical, for interrompido, o fluxo de auxina diminuirá. As gemas axilares, presentes nos ramos laterais começarão a se desenvolverem.
Ao sofrer um ferimento na gema apical, uma planta pode receber um incremento de auxina para inibir que as gemas axilares desenvolvam novos ramos laterias. A regeneração do tecido pode ser induzida por AIA no local do ferimento, imediatamente após o ferimento.
Originalmente se acreditava que a auxina era sintetizada na gema apical e era transportada de modo basípeto para as gemas axilares inibindo o seu crescimento. A auxina não atua diretamente nas gemas, este hormônio afeta as gemas a partir das células do xilema e esclerênquima entre os feixes vasculares – esclerênquima interfascicular no caule.
Em lugar da própria auxina, foi proposto outro mensageiro de longa distância, a estrigolactona para se deslocar de modo ascendente pelos ramos através da corrente de transpiração, inibindo o crescimento da gemas. O hormônio estrigolactona faz parte de um grupo de lactonas terpenoides derivadas de carotenoides, recentemente descoberto e identificado, produzida tanto no sistema caulinar quanto nas raízes.
Este hormônio também foi identificado por sinais exsudados de raízes que promovem a formação de micorrizas arbusculares o que promove o aumento da capacidade da planta em obter água e sais minerais. As estrigolactonas desempenham papel no controle da ramificação. A estrigolactona interage com a auxina na regulação da dominância apical. A auxina promove a atividade do câmbio vascular em plantas lenhosas. Quando as gemas estão em desenvolvimento na retomada do crescimento das plantas na primavera, a auxina se move de modo descendente nos caules e provoca estímulo nas células cambiais sofrendo, em consequência, formação de tecido vascular secundário.
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Referências bibliográficas:
Raven, P. H.; Eichhorn, S. E.; Evert, R. F. Biologia Vegetal. 8ª ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 2014
Ono, W. O., Grana-Júnior, J. F., Rodrigues, J. D. Reguladores vegetais na quebra da dominância apical de mamoeiro (Carica papaya L.). Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal –SP, v. 26, n. 2, p. 348-350, Agosto 2004
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/dominancia-apical/
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