Planta exótica

Planta exótica são espécies que foram deslocadas para fora de sua área de distribuição natural. Isto inclui qualquer parte da planta capaz de sobreviver e consequentemente se reproduzir, como sementes e propágulos em um ambiente fora do seu habitat original.

Plantas exóticas não sofrem dispersão de forma natural, mas são levadas por pessoas, de forma proposital ou sem aviso, para um novo habitat do qual não são originárias, atravessando fronteiras ou outros biomas dentro de limites geopolíticos estabelecidos. As plantas que foram introduzidas e que se reproduzem e sobrevivem no novo habitat são consideradas estabelecidas. Se esta espécie se estabelece e expande a sua distribuição geográfica no novo habitat, podendo ameaçar espécies nativas, ela passa a ser considerada uma espécie exótica invasora.

Nos tempos pré-industriais, ao se mudarem para novas áreas de plantação e colonização, as pessoas transportavam plantas cultivadas e animais domésticos, de lugar para lugar. Nos tempos modernos, muitas espécies de plantas foram transportadas de outros continentes no status de planta estrangeira ou exóticas e introduzidas em novos habitats. Frequentemente espécies de plantas são transportadas de forma acidental pelas pessoas. O capim-gordura (Mellinis minutiflora) pode ter chegado ao Brasil através de transporte acidental, aderido às roupas dos escravos.

No entanto, muitas espécies exóticas podem não se estabelecer nos lugares que foram introduzidas. O novo ambiente pode não ser adequado às necessidades da planta, apesar de várias espécies conseguirem se instalar em seu novo habitat e muitas delas crescerem em abundância às custas das espécies nativas. Um dos problemas mais frequentes causados pela presença de espécies exóticas é o deslocamento de nicho que causa extinções locais ou regionais. Plantas exóticas também podem causar descaracterização e homogeneização de ecossistemas, alteração nos ciclos ecológicos, mudanças no regime de incêndios naturais e rebaixamento do lençol freático.

As plantas exóticas causam efeitos maiores em locais que já sofreram perturbações decorrentes da ação humana. As plantas beijinho (Impatiens walleriana), centella (Centella asiática) e lírio-do-brejo (Hedychium coronarium) são exemplos de plantas exóticas que apresentam elevado crescimento populacional em áreas alteradas. As plantas exóticas também causam impactos econômicos expressivos na agricultura aumentando os custos de produção e colheita ocasionando a perda da qualidade do produto baixando o valor deste no mercado. Estas plantas causam a disseminação de pragas e doenças, além de danos à saúde do homem e de seus animais domésticos. Plantas exóticas podem desenvolver potencial invasor e isto depende das condições exclusivas de cada espécie, da comunidade invadida, do meio físico e de ações humanas prévias. Algumas técnicas de combate a invasão biológica foram desenvolvidas como as de controle mecânico, controle químico e controle biológico e requerem o máximo de conhecimento técnico-científico para aplicação de seus métodos.

Tumbérgia-azul (Thumbergia grandiflora) é uma planta exótica no Brasil. Foto: Mamsizz / Shutterstock.com

A tumbérgia-azul (Thumbergia grandiflora) é uma trepadeira nativa do norte da índia que se expande com facilidade sobre a vegetação nativa, sufocando a vegetação florestal. A saboneteira (Aleurites moluccana) é nativa da Malásia, da Polinésia e das Filipinas, invasora de florestas na região sul do Brasil.A palmeira-real (Archontophoenix cunninghamiana) e o pau-incenso (Pittosporum undulatum) são nativas originárias da Austrália e introduzidas no sul do Brasil ocorrendo no estado de Santa Catarina. A piteira (Furcraea foetida) é nativa da América Central e do no norte da América do Sul, invade costões rochosos e restingas ao longo do litoral sul do Brasil. A banana-flor (Musa balbisiana) é nativa da Índia e da Tailândia, uma planta ornamental, é agressiva invasora na floresta ombrófila densa. Trapoeraba-roxa (Tradescantia zebrina) é nativa da América Central, é uma agressiva invasora de sobosque de florestas. Prevenir invasões biológicas é a melhor medida e caso seja necessário, a erradicação da espécie é a melhor alternativa a fim de evitar danos maiores.

Referências bibliográficas:

SANTA CATARINA. Fundação do Meio Ambiente (FATMA). Lista comentada de espécies exóticas invasoras no estado de Santa Catarina: espécies que ameaçam a diversidade biológica. Florianópolis: FATMA, 88p. 2016.

Pastore, M., et al. (2012). Plantas exóticas invasoras na Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba, Santo André – SP: guia de campo. São Paulo: Instituto de Botânica.

Leão, T. C. C.; Almeida, W. R.; Dechoum, M.; Ziller, S. R. Espécies exóticas invasoras no nordeste do Brasil; contextualização, manejo e políticas públicas. Recife: Cepam. 99p. 2011.

Primack, R. B., Rodrigues, E. Biologia da conservação. 1ª ed. Editora Planta, Londrina. 328p. 2001

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