Planta invasora

Planta invasora são espécies que expandem para fora do seu ambiente nativo.

As plantas invasoras podem ser nativas de uma região geral mas quase sempre são espécies de plantas exóticas. As espécies exóticas são oriundas de outros continentes e não são dispersas de forma natural. São levadas por pessoas, de forma proposital ou sem aviso, para um novo habitat.

As plantas invasoras afetam a comunidade vegetal através da expansão de plantas não-nativas sobre espécies nativas e em comunidades e ecossistemas com efeitos de insetos herbívoros e patógenos invasores sobre as espécies nativas. As invasoras podem alterar as características do ecossistema, através de estratégias que favorecem o seu próprio aumento subsequente.

As plantas invasoras podem ter a capacidade de crescer rapidamente em um novo ambiente embora diferentes plantas invasoras possuam estratégias contrastantes de se estabelecer no novo ambiente. Uma pode ter uma alta produção de sementes, enquanto a outra investe na propagação extensiva de rizomas. Podem, ainda, escapar de herbívoros e patógenos que as controlam em seus ambientes naturais.

As perturbações causadas pelo homem podem reduzir a competição com outras plantas, alterando a disponibilidade de recursos (aumentando a luz e os nutrientes do solo) e permitindo o estabelecimento e a multiplicação das espécies de plantas invasoras. Os “nichos vazios” na floresta podem existir em comunidades novas, nos quais uma invasora podem ser capaz de se proliferar. Um arbusto invasor pode ser bem sucedido em uma floresta que não tem arbustos nativos.

O processo pelo qual uma invasora faz a transição, da sua primeira introdução até o status de invasora, consiste de muitas fases. Muitas espécies invasoras possuem uma longa fase de atraso durante a qual suas quantidades, no ambiente, são baixas e elas são praticamente imperceptíveis. O tempo da fase de atraso também varia, podendo ser breve ou durar bem mais do que um século.

Como a maioria das espécies introduzidas desaparece durante a fase de atraso, é difícil mencionar quais espécies introduzidas estarão fadadas à extinção ou ao status de invasora. As populações de invasoras bem sucedidas aumentam durante a fase de atraso, embora as quantidades totais ainda sejam baixas.

Muitas espécies vegetais invasoras são introduzidas várias vezes e em muitos locais durante a fase de atraso. No entanto, em algum momento a população começa a crescer rapidamente em quantidade e área ocupada e é neste ponto que as espécies se tornam invasoras. No final, a invasora alcança novos limites geográficos e ecológicos nos quais sua população se estabiliza.

Algumas comunidades parecem ser altamente suscetíveis a invasão por espécies exóticas, enquanto outras parecem resistir à invasão. A maior probabilidade é de as invasões se estabelecerem em comunidades perturbadas e pobres em espécies.

Ecólogos sugerem que perturbações no ambiente sejam um fator crítico no aumento de espécies invasoras mas isto difere de comunidade para comunidade. Outros autores afirma que o aumento de perturbação como a queimada anual diminui fortemente a invasão por espécies exóticas. Afirmar que comunidades pobres em espécies são mais vulneráveis à invasão é limitada e contraditória.

Em uma revisão global sobre invasões de plantas, Levine (2000) afirma que, em geral, as comunidades de plantas mais diversas são as mais prováveis de serem invadidas. Um estado de perturbação sozinha não torna a comunidade de plantas suscetível a invasão, mas associada à adição de nutrientes no solo facilita muito mais a invasão. A possibilidade de invasão também pode estar relacionada a outros aspectos da composição da comunidade, como a ausência de herbívoros ou patógenos, os quais podem exercer profundos efeitos na estrutura da comunidade.

O eucalipto no Brasil

Árvore de eucalipto. Foto: psirob / Shutterstock.com

Não há uma data precisa da introdução do eucalipto no Brasil. Sabe-se que em 1868 o tenente Pereira da Cunha plantou exemplares na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Porém, Osório Duque Estrada declarou que na propriedade de seu pai, na Gávea (Rio de Janeiro), havia exemplares de Eucaliptus globulus de enorme porte, com pelo menos 20 anos de idade, o que conduzuz a introdução do eucalipto no Brasil em 1855. Por outro lado, a introdução da silvicultura do eucalipto no Brasil ocorreu décadas depois, motivada pelo crescimento do transporte ferroviário no país.

Referências bibliográficas:

Gurevitch, J., Scheiner, S. M., Fox, G. A. Ecologia vegetal. Porto Alegre: Artme, 592p., 2009.

Salatino, A.  and  Buckeridge, M. "Mas de que te serve saber botânica?". Estud. av. [online]. 2016, vol.30, n.87 [citado 2019-12-27], pp.177-196. Acessado em: . ISSN 0103-4014.  http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142016.30870011.

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