Plantas lenhosas possuem crescimento secundário, xilema secundário ou madeira.
O crescimento secundário promove o aumento da circunferência em caules e raízes. Este crescimento ocorre em regiões que não apresentam mais alongamento e está presente nas gimnospermas como um todo e na maioria das angiospermas, exceto nas monocotiledôneas. Plantas lenhosas como as árvores e os arbustos podem continuar aumentando em espessura por meio do crescimento secundário durante muitos anos enquanto as plantas herbáceas apresentam pouco ou nenhum crescimento secundário. O crescimento secundário relaciona a atividade de dois meristemas laterais: o câmbio vascular e o câmbio da casca (felogênio). O felogênio ou o primeiro câmbio da casca se origina, na maioria dos caules, de uma camada de células situadas abaixo da epiderme. O felogênio produz felema (súber) para o exterior e feloderme para o lado interior. A maioria das peridermes são constituídas por células dispostas de maneira compacta e desempenham importante papel nas trocas gasosas através da periderme. Os elementos que constituem a periderme são: felogênio, súber e feloderme.
Madeiras são classificadas em softwoods quando são proveniente de coníferas e hardwoods quando de angiospermas (magnoliídeas e eudicotiledôneas lenhosas).
A estrutura da madeira nas angiospermas é mais variada do que a de coníferas devido à variedade dos tipos celulares presentes no sistema axial como: elementos de vaso, traqueídes, fibras e células parenquimáticas. A madeira das coníferas são estruturalmente mais simples, constituídas por: traqueídes e células parenquimáticas, algumas contendo ductos resiníferos. O que distingue a madeira de angiospermas da madeira das coníferas é a presença dos elementos de vaso, com algumas exceções.
Os raios da madeira de angiospermas são consideravelmente maiores do que os da madeira as coníferas por variarem de uma a muitas células de largura e de uma a centenas de células de altura. Raios largos como os da madeira do carvalho-vermelho (Quercus rubra, Fagaceae) podem ser vistos a olho nu, além de apresentar numerosos raios com apenas uma célula de largura.
A maioria das monocotiledôneas não apresentam crescimento secundário. Algumas palmeiras possuem o aspecto lenhoso e podem desenvolver estipes espessos apenas com o crescimento primário. Essas plantas passam por um tipo de crescimento secundário chamado crescimento secundário difuso, ocorrendo em parte mais velhas do estipe, com uma considerável distância do ápice. Nestas partes mais velhas, as células parenquimáticas do tecido fundamental continuam se dividindo e expandindo por longo período, causando aumento do tamanho dos espaços intercelulares. Após concluir o crescimento primário, tecidos secundários adicionais são incorporados às partes mais velhas da planta por meio da reativação de meristemas laterais.
As plantas adquirem uma grande estatura graças à capacidade que suas raízes e os seus caules crescem em espessura. Este crescimento em espessura está relacionado com o crescimento secundário. Grande parte do tecido produzido pelo xilema secundário é madeira, que além de produzir o lenho, conduz água e íons minerais para as partes aéreas que se localizam distantes do caule.
As camadas de crescimento ou os chamados anéis de crescimento, correspondem ao incremento de crescimento diamétrico anual e são denominados anéis anuais. O que torna possível distinguir as camadas de crescimento anual é a diferença de densidade entre as camadas de lenho tardio e lenho inicial do incremento seguinte a estes.
A densidade da madeira é o indicador individual mais importante da resistência da madeira e é utilizada para prever características como: dureza, resistência a aceitar pregos e facilidade de uso maquinário. Madeiras densas empenam e se contraem mais do que madeiras leves apesar de que as madeiras densas oferecem melhor combustível. A densidade é expressa como massa por unidade de volume (em libras por pé cúbico ou gramas por centímetro cúbico). A densidade e a massa específica juntas são boas indicadoras da qualidade da resistência da madeira.
Referências bibliográficas
Raven, P. H.; Eichhorn, S. E.; Evert, R. F. Biologia Vegetal. 8ª ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 2014
Appezato-da-glória, B. & Carmello-Guerreiro, S.M. (Eds.) Anatomia vegetal. 3a ed. Viçosa: Editora UFV, 2012.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/plantas/plantas-lenhosas/
Show life that you have a thousand reasons to smile
© Copyright 2024 ELIB.TIPS - All rights reserved.