Sistemática vegetal é a área da botânica que estuda a diversidade das plantas e as suas relações evolutivas.
As atividades de um sistemata envolvem a descoberta, descrição e a interpretação da diversidade biológica. Os sistematas reconstroem a filogenia através de um enfoque filogenético que é expressado na forma de um cladograma. O cladograma é uma representação diagramática de uma hipótese sobre relações evolutivas.
O método filogenético mais amplamente utilizado hoje para classificação de organismos é a cladística. Os sistemas de classificação são preditivos e apresentam a síntese das informações que foram reconstruídas pela filogenia. É possível contar a “história” evolutiva do grupo a partir de qualquer ponto selecionado da árvore. A forma, ou a topologia, é determinada pelas conexões entre os ramos da árvore evolutiva.
As plantas são organismos eucariontes e autotróficos capazes de converter energia solar em energia química pelo processo da fotossíntese. Os vegetais são apontados como um ramo da árvore evolutiva da vida que abriga o clado das plantas verdes ou viridófitas composto pelas algas verdes e as plantas terrestres. O grupo mais próximo das plantas terrestres ou embriófitas são as “carófitas”, um grupo de algas verdes.
O clado plantas verdes tem as seguintes sinapomorfias: presença de clorofila a e b contidas nos cloroplastos; reserva de carboidratos em forma de amido e a presença de dois flagelos anteriores em forma de chicote em algum momento no ciclo de vida, que podem ser modificados ou às vezes perdidos. Estes caracteres são indicados no ramo onde se acredita ter ocorrido evolução.
O objetivo fundamental da sistemática é descobrir todos os ramos que formam a árvore evolutiva da vida, documentar as modificações que ocorrem durante o processo histórico e evolutivo desses ramos, descrever e nomear todas as espécies possíveis encontradas na natureza. Por isto a sistemática vegetal está diretamente relacionada ao estudo da biologia evolutiva.
A sistemática vegetal engloba a taxonomia, disciplina onde os grupos de organismos são descritos. As espécies são designadas e recebem nomes científicos. O Código Internacional de Nomenclatura Botânica (ICBN) rege as regras que determina o uso de nomes científicos. Os seres vivos começaram a ser nomeados no início do século XVIII pelo naturalista sueco Carl Von Linnaeus. Sua meta era nomear e descrever todos os tipos conhecidos de plantas, animais e minerais. Linnaeus publicou o livro Species Plantarum em 1753 apresentando o sistema de nomenclatura binomial. A partir desta publicação os nomes científicos são compostos, até hoje, por duas palavras latinizadas formadas pelo gênero e o epíteto específico. Esta publicação o tornou um pioneiro pela criação desse sistema.
A classificação é baseada em uma hierarquia, logicamente organizada e consiste em localizar uma entidade dentro desse sistema. A identificação determina se uma planta não conhecida pertence a um grupo de plantas já identificado. A maneira mais comum de identificar plantas é enviando uma amostra do material coletado a um especialista botânico ou para um parabotânico bem treinado que conheça a flora regional onde o espécime foi coletado. Consultas em herbários, na literatura especializada encontrada em museus, bibliotecas, livros e sites na web também são recomendados.
A sistemática vegetal foi baseada desde o seu fundamento em morfologia e anatomia comparadas. Com o advento da sistemática molecular, a sistemática vegetal está sendo transformada pela utilização de técnicas moleculares, onde o gene é utilizado para comparar organismos em seu nível mais básico. Essas técnicas são determinadas por sequenciamento genético.
A sistemática vegetal se mostra uma área do conhecimento importante, pois é através dela que podemos conhecer melhor a biota existente, prever modos de utilização e conservação do potencial florístico, auxiliar na busca por plantas de interesse econômico além de relacionar outras áreas das ciências biológicas como a biologia da conservação, biodiversidade, etnobotânica, ecologia e evolução.
Referências bibliográficas:
Raven, P. H.; Eichhorn, S. E.; Evert, R. F. Biologia Vegetal. 8ª ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 2014
Judd, W.S.; Campbell, C.S.; Kellogg, E.A.; Stevens, P.F.; Donoghue, M.J. Sistemática vegetal: um enfoque filogenético. 3ª ed. Artmed, Porto Alegre. 612p. 2009.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/sistematica-vegetal/
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