Embora a diversidade de animais em ambientes áridos e semiáridos seja menor que nas florestas tropicais, é preciso desfazer o mito de que a Caatinga é um bioma pobre em espécies e endemismos. A Caatinga abriga na verdade várias espécies de mamíferos, aves, anfíbios, répteis, peixes e outros. Além disso, muitas espécies são endêmicas desse bioma.
A Caatinga abriga cerca de 178 espécies de mamíferos, que são representados por marsupiais, tatus, tamanduás, ratos, macacos, onças, veados e capivaras, dentre outros. Também é possível encontrar nesse bioma muitas espécies de morcegos. Merecem destaque espécies ameaçadas de extinção como a onça-parda (Puma concolor), a onça pintada (Panthera onca), o gato-do-mato (Leopardus tigrinus) o guigó-da-Caatinga (Callicebus barbarabrownae), que é o único primata endêmico desse bioma, e o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), espécie endêmica do Brasil.
Outras espécies endêmicas da Caatinga são os roedores Kerodon rupestris e Wiedomys pyrrhorhinos. Os veados Mazama americana e Mazama gouazoubira, o caititu (Pecari tajacu), o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e a cutia Dasyprocta primnolopha são alguns dos mamíferos amplamente distribuídos na Caatinga.
Os répteis são representados por 177 espécies, incluindo lagartos, serpentes, anfisbenídeos (cobras-de-duas-cabeças), crocodilianos e quelônios. Muitos répteis são endêmicos da Caatinga, como os lagartos Tropidurus amathites e Tropidurus cocorobensis e as serpentes Epictia borapeliotes e Bothrops erythromelas. A jibóia (Boa constrictor) e a cascavel (Crotalus durissus) são espécies abundantes nesse bioma. Entre os quelônios estão o jabuti-piranga (Geochelone carbonaria), que está ameaçado de extinção, e o cágado Phrynops geoffroanus. O jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) também ocorre na Caatinga.
Quanto aos anfíbios, na Caatinga ocorrem cerca de 79 espécies, entres as quais podemos citar o sapo-cururu (Rhinella marina) e a perereca-de-capacete (Corythomantis greeningi).
As aves são representadas por cerca de 591 espécies. Merece destaque o soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni), que está ameaçada de extinção e é a única ave restrita ao Ceará. O periquito-cara-suja (Pyrrhura griseipectus) e a Jacucaca (Penelope jacucaca) são outras espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. A arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) e a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) são endêmicas da Caatinga e se destacam pela aparência exuberante, essa última não se encontra mais na natureza, apenas em cativeiro.
Cerca de 241 espécies de peixes são encontradas na Caatinga, entre as quais destacam-se espécies de importância econômica nativas da bacia do Rio São Francisco, como o dourado (Salminus brasiliensis), o pacamã (Lophiosilurus alexandri) e o curimatã–pacu (Prochilodus argenteus). O surubim (Pseudoplatystoma corruscans) é uma das espécies de maior importância comercial e cultural em toda a região do Vale do São Francisco.
As abelhas são representadas por 221 espécies. Os meliponíneos (abelhas sem ferrão) são um dos grupos mais representativos. Dentro desse grupo a espécie Melipona mandacaia, conhecida como mandaçaia, é endêmica da Caatinga. No entanto, o intenso desmatamento na região semiárida vem trazendo consequências danosas para as populações de M. mandacaia.
As principais ameaças à fauna da Caatinga são a caça sem controle e a destruição da vegetação, inclusive por meio de queimadas. Outro motivo que preocupa é a o tráfico ilegal de animais silvestres.
Referências Leal, I. R., M. Tabarelli, e J. M. C. Silva. 2003. Ecologia e conservação da Caatinga. Editora Universitária da UFPR, Brasil.
http://www.mma.gov.br/biomas/caatinga
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