Fim do embargo econômico a Cuba

O embargo econômico imposto pelos EUA a Cuba, em 1962, é um bloqueio internacional de comércio de determinados produtos ou serviços que trouxe vários prejuízos de ordem econômica para o país.

Cuba antes da independência

Cuba, até o século XIX, era colônia da Espanha, que explorava intensamente sua riqueza. Perante as insatisfações e os conflitos do povo cubano contra os espanhóis, os EUA, que tinham uma boa relação comercial com Cuba temeu perder sua influência em território cubano.

Desse modo, os americanos resolveram intervir militarmente com o objetivo de conseguir a independência da ilha, que foi conseguida com facilidade, já que a Espanha não tinha condições militares de conflitar com as tropas estadunidenses. Deste modo, o governo espanhol, em 1898, concedeu a Cuba sua autonomia.

A relação de dependência com os EUA

A Emenda Platt formulada em 1901, veio como uma troca pelo apoio concedido americano, dando aos EUA controle total do território cubano, sob o argumento de proteger Cuba das invasões europeias.

Sendo assim, o país virou um paraíso para os estadunidenses, em que políticas eram feitas para atender os interesses americanos, deixando grande parte da população cubana insatisfeita e sem qualquer tipo de assistência.

Tal situação durou até a ditadura de Fulgêncio Batista, marcado por atos repressores contra as manifestações populares e pela fidelidade aos interesses americanos. A situação em Cuba mudou quando uma guerrilha liderada por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara tomou o poder e acabou com o governo de Batista, em 1959.

Após a tomada de poder, Fidel Castro em sua posse, contrariou os interesses americanos e tomou medidas para ajudar sua população, entre eles o confisco e a distribuição de terras e bens de americanos na ilha, que gerou a revolta dos EUA.

Em 1961, após Castro anunciar que o país seria socialista, o presidente dos EUA, John F. Kennedy em 1962, aplicou um embargo econômico para Cuba, em resposta as medidas tomadas por Fidel na época.

O embargo econômico

O embargo que os EUA impôs contra Cuba, impede a maioria das trocas comerciais, o envio de alimentos ao país caribenho, a proibição de viagens de americanos para a ilha e a punição de empresas nacionais e estrangeiras vinculadas ao país, caso tenham relações financeiras com Cuba.

O embargo é considerado o mais longo da história contemporânea chegando a mais de 50 anos de duração.

Estudos atestam que o prejuízo originado através do embargo ultrapassa a cifra de US$ 1 trilhão. Entretanto, apesar das relações diplomáticas travadas, os EUA é um dos países que mais importam de Cuba.

Com o crescimento da influência chinesa na América Latina, o governo de Barack Obama, iniciou conversas com o governo cubano visando uma possível aproximação.

As medidas para o fim do embargo

O fim do embargo econômico a Cuba estaria próximo? Ilustração: WindVector / Shutterstock.com

Em 2016, os presidentes dos dois países restabeleceram as relações diplomáticas com a abertura das embaixadas em suas capitais (Washington e Havana). Também foram alteradas as questões de viagem de cidadãos estadunidenses a ilha, sendo autorizadas as idas de caráter político, familiar, religioso, esportivo e educacional.

Outra medida estabelecida, é que estadunidenses podem ir à Cuba para empreender atividades educacionais voltadas para à sociedade civil e poderão comprar produtos cubanos, como o rum e o tabaco. Além disso, a ilha poderá exportar software a empresas dos EUA, que podem investir no país com escritórios, lojas e depósitos. Tais acordos aumentaram a relação comercial dos dois países, desde então.

A posição de Trump frente ao embargo

O atual presidente Donald Trump mudou a postura americana frente ao embargo, anunciando em 2019 que irá ativar um dispositivo de lei para permitir que americanos processem empresas europeias que utilizem propriedades em Cuba confiscadas durante a Revolução Cubana.

Essa medida deve dificultar empresas europeias e canadenses que investem em Cuba, e limitar a atração de investimentos externos, causando a insatisfação de países da União Europeia e de organizações internacionais, como a ONU.

Referências:

ALEMIDA, Domingos Alves. Cuba recebe Obama: perspectiva de mudanças na política externa e nas relações econô-micas dos Estados Unidos em relação a Cuba.

REBELA, v.7, n.1. jan./abr. 2017. Disponível em:

https://rebela.emnuvens.com.br/pc/article/download/323/681

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/16/eua-ampliam-embargo-contra-cuba.ghtml

A desconhecida história do embargo cubano. Disponível em: https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1911

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