A Caatinga é muito variável floristicamente, dependendo do regime de chuvas e do tipo de solo. Essa floresta é considerada arbórea ou arbustiva, formada por árvores e arbustos baixos com galhos retorcidos, ervas rasteiras e cactos. A maioria das espécies vegetais da Caatinga possui características xerofíticas que lhes permitem sobreviver em condições de aridez.
As adaptações incluem folhas reduzidas ou modificadas em espinhos para reduzir a transpiração, queda das folhas durante a estação seca (plantas caducifólias), raízes profundas para absorver água do solo, sistema de armazenamento de água modificado no caule e nas raízes e suculência (tecido especializado no armazenamento de água).
Na Caatinga é possível encontrar desde florestas altas e secas com até 15-20 metros de altura, chamada de caatinga arbórea, que é encontrada de forma espalhada da Bahia ao Rio Grande do Norte em regiões mais úmidas, até arbustos baixos e espalhados, cactos e bromeliáceas nos afloramentos de rochas. Entre esses dois extremos muitas fisionomias intermediárias de vegetação são identificadas.
Cerca de 1.511 espécies vegetais já foram registradas nesse bioma, entre as quais aproximadamente 380 são endêmicas. As principais famílias de plantas são Cactaceae, Euphorbiaceae, Bromeliaceae e Leguminosae.
A riqueza de espécies lenhosas é alta, destacam-se a Amburana cearensis (cumaru), Anadenanthera colubrina (angico), Aspidosperma pyrifolium (pereiro), Caesalpinia pyramidalis (catingueira), Cnidoscolus phyllacanthus (faveleira) e Myracrodruon urundeuva (aroeira).
Embora menos abundantes, algumas espécies vegetais são perenifólias (não perdem suas folhas), como a Ziziphus joazeiro (juazeiro), Capparis yco (icó), Copernicia prunifera (carnaúba), Maytenus rígida (bom-nome) e Licania rigida (oiticica). Essas espécies são comuns ao longo de cursos de água principalmente no Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, onde há fornecimento relativamente constante de água durante a seca e inundação durante o período chuvoso.
A suculência é observada principalmente nos cactos e bromélias. O mandacaru (Cereus jamacaru), quipá (Opuntia inamoena), facheiro (Pilocereus piauhiensis) e xique-xique (Pilocereus gounellei) são alguns dos cactos encontrados. Entre as bromélias estão a macambira (Bromelia laciniosa) e o caroá (Neoglaziovia variegata). Esses vegetais geralmente ocorrem em regiões mais secas, onde os solos são rasos e pedregosos.
Órgãos de armazenamento de água são encontrados em Spondias tuberosa (umbuzeiro) e Luetzelburgia auriculata (pau-mocó) que conservam água em suas raízes, e em Cavanillesia arborea e Ceiba glaziovii, que são chamadas de “barrigudas” porque possuem um maior diâmetro no meio do caule, onde armazenam água.
O estrato herbáceo é dominado por ervas terófitas (anuais), que se tornam ausentes por um período prolongado do ano (estação seca) e aparecem na curta estação chuvosa. Malvas, gramíneas e jetiranas estão entre os grupos mais representativos desse estrato. Destacam-se Ipomoea sericophylla (jitirana) e Sida galheirensis (malva).
Entre as espécies endêmicas da Caatinga estão Caesalpinia pyramidalis (catingueira), Ziziphus joazeiro (juazeiro), Cereus jamacaru (mandacaru), Bromelia Laciniosa (macambira) e Mimosa tenuiflora (jurema preta).
Referências RIOS, Eloci Peres; THOMPSON, Miguel. Biomas Brasileiros. Coleção: Como Eu Ensino. Editora Melhoramentos, 2013.
Leal, I. R., M. Tabarelli, e J. M. C. Silva. 2003. Ecologia e conservação da Caatinga. Editora Universitária da UFPR, Brasil.
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