O gasoduto Bolívia-Brasil ou GASBOL é o nome dado ao mais extenso gasoduto (duto de transporte de gás natural) na América do Sul e cujo projeto é responsabilidade da Petrobrás. No lado boliviano, a agência responsável pelo gasoduto é a GTB (Gas TransBoliviano S.A.) e no Brasil, a sua equivalente é a TGB (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S/A).
A implantação do gasoduto é uma resposta às demandas de setores da sociedade. O gás da Bolívia é responsável por 50% do consumo brasileiro, e o governo, após concluir análise completa das necessidades futuras de energia do país, decidiu investir na importação de gás a partir da Bolívia. A alternativa se apresentou como a melhor dentre as opções consideradas para aumentar a oferta de gás, considerando-se, também, aspectos de política externa do Brasil e a possibilidade de integração futura com os campos produtores de gás da Argentina e o de Camisea no Peru.
Outro fator que acelerou a implantação do gasoduto foi o decreto de 1º de maio de 2006 do presidente boliviano Evo Morales, que estabeleceu a nacionalização do setor de gás e petróleo do país. A decisão foi motivada pelo referendo de julho de 2004, em que a população decidiu a favor da recuperação da reservas por parte do Estado. Antes, várias multinacionais exploravam o gás natural boliviano por meio de concessões obtidas do governo.
Em pleno funcionamento desde 2010, o gasoduto transporta parte das reservas da Bolívia até território brasileiro, fruto de acordos estabelecidos anteriormente, abastecendo este largo mercado consumidor. Sua tubulação foi projetada com um diâmetro entre 32 e 16 polegadas e está enterrada a uma profundidade média de um metro, em uma faixa de terra com largura de 20 metros, que contribui para a proteção do gasoduto contra eventuais danos. A capacidade máxima está prevista para até 30 milhões de m³/dia.
Com uma extensão total de 3150 km, o gasoduto atravessa 557 km no território boliviano, partindo das proximidades de Santa Cruz de la Sierra, atravessando o rio Grande, o campo petrolífero de Tita e alcançando a fronteira com o Brasil no município de Corumbá. Em território brasileiro o gasoduto percorre mais 2.593 km, partindo de Corumbá, passando pelas importantes regiões metropolitanas de Campinas (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e chegando a Porto Alegre (RS) no sul do país. Em Campinas, o gasoduto tem uma conexão para Guararema, interligando-se com outro gasoduto já existente que liga Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
Bibliografia: Gasoduto Bolívia-Brasil. Disponível em:
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