Nero (Nero Cláudio César Augusto Germânico, 37-68 d.C.) foi um jovem imperador romano, que subiu ao poder em 56 d.C., aos dezessete anos, e governou até o ano de 68 d.C., quando faleceu. Embora tenha ficado conhecido pela história que se conta sobre a sua participação no incêndio que destruiu Roma, Nero pode ser caracterizado como um imperador tirano, mas admirador das artes e da cultura.
Os testemunhos do período em que Nero iniciou seu governo costumam ser positivos. Ele se tornou imperador com o apoio do senado, a quem prometeu alargar seus poderes aos moldes dos que exerciam durante a República, e da guarda pretoriana, importante elemento para garantia de segurança do imperador. Os primeiros anos de seu governo foram marcados pelo controle de revoltas localizadas, uma boa política externa e estabilidade econômica, além de um evidente investimento em aspectos culturais, que tanto admirava. Neste primeiro momento Nero escutava seus conselheiros mais próximos, como sua mãe Agripinila, seu tutor Sêneca, e o prefeito de pretório Burro. Atuando sobre Nero, os três começaram a ver suas ideias sendo chocadas, e os desacordos passaram a ser constantes, iniciando uma nova fase no governo de Nero, marcada pela tirania e pela violência.
No entanto, com o passar do tempo e das responsabilidades imperiais, Nero passou a ser considerado um imperador tirano, excêntrico e extravagante. Sentia-se ameaçado por todos, desde os membros de sua família aos membros do senado. Em contrapartida passou a perseguir aqueles que entendia como inimigos ou que representasse alguma ameaça a seu poder. Foi neste momento que passou a enxergar sua própria mãe como conspiradora. Ele acreditava que Agripinila conspirava para tirar o Império de suas mãos. Por isso, ordenou a morte da própria mãe. Em 62 d.C. Nero já enfrentava sérios problemas com o senado, a quem passou a fazer acusações e a perseguir. Do outro lado, o senado em nada ficara contente com o Imperador, que ganhou seu apoio inicialmente, mas não havia cumprido a promessa de reaver seus poderes.
Foi também durante o seu governo que os cristãos foram duramente perseguidos. O acontecimento mais famoso de seu governo foi um incêndio que assolou Roma em 64 d.C. As fontes de época atestam que o fogo ocorreu e teria durado aproximadamente cinco dias. Porém, alguns autores contam que teria sido o próprio Nero o responsável pelo incêndio, na intenção de reconstruir Roma, de acordo com seu gosto e de suas demandas. Essa versão é defendida por Suetônio. Mas Tácito sustenta que o incêndio pudesse ter sido causado pelos cristãos. Acusados do incêndio a Roma, os cristãos foram perseguidos e ameaçados.
A reforma em Roma ocorreu após o incêndio e para sua reconstrução Nero desenvolveu e colocou em execução um outro plano de cidades. Para poder reconstruí-la aos moldes que desejava, foi necessário um aumento expressivo na taxação de impostos, o que gerou revoltas e questionamentos. O senado, já descontente com os mandos de Nero, declarou um novo governador, e Nero inimigo público.
Conta-se que fugira do Império Romano, mas logo foi encontrado. Acredita-se que Nero tenha cometido suicídio, no ano de 68 d.C.
Referência:
GIORDANI, Mario Curtis. História de Roma: A antiguidade Clássica II. Petrópolis, Ed. Vozes, 2001.
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