Primeiro Triunvirato de Roma

O Primeiro Triunvirato de Roma foi uma aliança estabelecida em 60 a.C., durante o período republicano, entre três importantes líderes: Júlio César, então eleito cônsul; Pompeu, o Grande, importante líder militar e bem quisto pelos cidadãos por suas conquistas; e Licínio Crasso, que concentrava riquezas, mas não tinha grande influência política. A junção das três forças era interessante pois cada um tinha forças apenas em sua “área” principal de ação, mas não nas demais. A união das forças políticas, econômicas e militares resultou na aliança conhecida como Primeiro Triunvirato de Roma. A aliança é famosa, mas funcionava na informalidade, e não tinha nenhum registro nem validade jurídica.

Neste sentido cabe ressaltar que à época Roma vivia um contexto de expansão, e os povos conquistados pelos romanos acabavam por ser incorporados à sociedade. Assim, a formação de um exército foi de fundamental importância pois foi através dele que o latim passou a se difundir com maior força e a língua passou a ser um forte elemento de unificação romana. Os povos conquistados, que passaram a ser cidadãos romanos ou seus aliados, incorporavam essa unificação cultural.

Por sua força política e militar Roma obteve êxito em conquistar a Península Itálica, chegando até a pontos mais distantes e exteriores à região, mostrando seu poderio expansionista. As guerras que aconteciam a todo o tempo por disputas comerciais e políticas e conquistas de novos povos geravam lucros. A partir das guerras os romanos também capturaram inimigos, transformando-os em escravos para utilização como mão-de-obra para o trabalho. Como as guerras eram longas e inviabilizavam a participação dos trabalhadores do campo, cidadãos romanos, passou-se a contar com soldados assalariados.

No entanto, as tropas de soltados eram comandadas por generais. Nesse contexto o exército tornou-se profissional, o que significa que contava com trabalhadores assalariados para o exercício das funções. A partir daí o exército passou a contar não apenas com soldados romanos como também com soldados não romanos. O poder dos generais sobre os soldados era tão evidente que eles acabavam, por vezes, sendo mais leais aos seus líderes, responsáveis pelo seu salário, do que pelo Estado romano em si.

Essa relação entre generais e soldados ficava ainda mais complexa: os generais eram os responsáveis por distribuir lotes de terras para cultivo entre os soldados quando estes saíam da ativa e entravam em reserva. A vontade dos generais, portanto, era definidora do futuro dos soldados e, então, uma rede de fidelidade passava a se formar.

Com isso os generais foram conquistando cada vez mais poder e lutavam entre si pelo poder central, o que levou Roma a conviver com diversas guerras civis em seu território. Foi neste contexto caótico, de guerras e disputas internas, que surge a figura de Caio Júlio César, um general aristocrata, descendente de Vênus e Enéias, que conquistou uma porção significativa de terras – territórios como França, Suíça, Bélgica e uma porção da Alemanha, por exemplo.

Estátua de Caio Júlio César em Roma. Foto: Paolo Gallo / Shutterstock.com

Essa aliança entre os poderes ocorreu pouco tempo antes de Júlio César tomar o poder de Roma, em 49 a.C., tornando-se um ditador que acabou morto logo em seguida, em 44 a.C. Em 60 a.C., quando do Primeiro Triunvirato Romano, Júlio César havia sido eleito cônsul e travou alianças importantes com as lideranças militares e econômicas com intenções de conquistar adeptos e poderes entre os admiradores de Pompeu e Crasso.

Referência:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

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