Savana ou campo tropical é o nome empregado a um tipo de formação vegetal que varia desde um campo herbáceo até uma matriz campestre com árvores esparsas. Esse bioma é típico de regiões de clima tropical, quente e úmido, onde a estação seca é prolongada e durante a estação chuvosa a precipitação pode chegar a mais de 1.000 mm/mês.
A maior área e mais conhecida de savana situa-se na África, mas também existem savanas na América do sul e na Austrália. O Cerrado brasileiro é considerado um tipo de savana, mas muitas características o diferenciam das outras savanas. As savanas africanas geralmente são cauducifólias, enquanto o Cerrado é apenas semidecíduo. As folhas no Cerrado são largas, enquanto nas savanas africanas as folhas são bem menores. O Cerrado também possui uma biodiversidade maior, ausência de megafauna e evoluiu num ambiente mais úmido do que as outras savanas.
A vegetação da savana é formada principalmente por gramíneas, árvores pequenas e arbustos. Na savana africana existem longas extensões sem árvores, apenas compostas por gramíneas. Essa vegetação é pouco influenciada pelo clima, sendo resultante de outros fatores, como o tipo de solo, a ação de incêndios e o pastejo animal.
O solo possui granulometria variável. Podem ser encontrados solos lateríticos (ricos em hidróxido de ferro e alumínio), que impedem a penetração das raízes de árvores e ervas. Esses solos geralmente são pobres em nutrientes. Podem ser também arenosos, não permitindo o desenvolvimento de vegetação de grande porte. Alguns solos são relativamente férteis, onde se fixam gramíneas, é o caso da savana africana.
A vegetação é resistente ao fogo. As árvores são tortuosas com folhas duras e seus troncos possuem uma casca espessa. O fogo que ocorre na estação seca é um agente controlador do desenvolvimento de muitas plantas, limitando o desenvolvimento do estrato arbóreo e estimulando o rebrotamento de muitas espécies do estrato herbáceo.
As principais árvores da savana são as acácias, palmeiras e pinheiros. As acácias são típicas das savanas africanas, servindo de alimento para muitas espécies de animais. Também existem as baobás, árvores que se destacam pelo tronco muito espesso, no qual a água fica armazenada para enfrentar a estação seca.
Os grandes mamíferos, como os elefantes, abrem matas derrubando árvores, o que permite a invasão por gramíneas, que atraem animais pastadores como as zebras, gnus e outros. Esses animais comem as plântulas das árvores, impedindo seu desenvolvimento. Já as gramíneas quando são comidas conseguem resistir, pois suas folhas rebrotam a partir de suas raízes subterrâneas.
A fauna da savana é formada por grandes herbívoros, como búfalos, girafas, cangurus, elefantes e antílopes (elande, impala, gazela, kudu, orix, etc.). Esses herbívoros servem de alimento para os carnívoros, como leões, tigres, leopardos, cães selvagens e outros. Comportamento subterrâneo é observado em animais menores, como répteis e anfíbios, que se protegem da perda desnecessária de água. Há inúmeras espécies de aves, como a águia, o avestruz e o falcão. Na Austrália vivem os cangurus.
As savanas sofrem com a interferência humana. Extensas áreas desse bioma são utilizadas para o desenvolvimento de pastagens e agricultura. O pastoreio intensivo elimina totalmente as gramíneas, transformando a savana em um deserto. Muitos animais estão ameaçados de extinção devido à perda de habitat e caça ilegal, como a zebra, rinoceronte, leão e elefante.
Referências http://brasilsustentaveleditora.com.br/sites/default/files/biblioteca-virtual/capos_tropicais_savanas.pdf Odum, E. P. Fundamentos de Ecologia. 6ª ed. São Paulo: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004.
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