A arte africana representa os usos e costumes das tribos africanas. O objeto de arte é funcional e expressam muita sensibilidade. Nas pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura humana identifica a preocupação com os valores étnicos, morais e religiosos.
A escultura foi uma forma de arte muito utilizada pelos artistas africanos usando-se o ouro, bronze e marfim como matéria prima. Representando um disfarce para a incorporação dos espíritos e a possibilidade de adquirir forças mágicas, as máscaras têm um significado místico e importante na arte africana sendo usadas nos rituais e funerais.
As máscaras são confeccionadas em barro, marfim, metais, mas o material mais utilizado é a madeira. Para estabelecer a purificação e a ligação com a entidade sagrada, são modeladas em segredo na selva.
As origens da história da arte africana está situada muito antes da história registrada. A arte africana em rocha no Saara, no Níger, conserva entalhes de 6000 anos. Outra referência é a civilização egípcia, que por localização e características foi uma das mais originais civilizações africanas, apesar de ser erroneamente relacionado ao Oriente Médio e de um modo geral, ser vista como algo fora da África, resultado de um olhar estereotipado e preconceituoso.
Métodos mais complexos de produção de arte foram desenvolvidos na África Subsaariana, por volta do século X, alguns dos mais notáveis avanços incluem o trabalho de bronze do Igbo Ukwu e a terracota e trabalhos em metal de Ile Ife, uma fundição em bronze e latão , muitas vezes ornamentados com marfim e pedras preciosas.
Em grande parte da África Ocidental tornou-se altamente prestigiado, sendo trabalho limitado dos artesãos voltado para a realeza local, como aconteceu com os Bronzes de Benin. Estas esculturas eram da realeza de Benin e foram pilhadas em 1897 pelos conquistadores europeus e hoje presentes no Museu Britânico de Londres, na Alemanha e Estados Unidos.
A pintura é empregada na decoração das paredes dos palácios reais, celeiros, das choupas sagradas. Seus motivos, muito variados, vão desde formas essencialmente geométricas até a reprodução de cenas de caça e guerra. Serve também para o acabamento das máscaras e para os adornos corporais. A mais importante manifestação da arte africana é, porém, a escultura. A madeira é um dos materiais preferidos. Ao trabalhá-la, o escultor associa outras técnicas (cestaria, pintura, colagem de tecidos).
As "máscaras" são as formas mais conhecidas da plástica africana. Constituem síntese de elementos simbólicos mais variados se convertendo em expressões da vontade criadora do africano.
Foram os objetos que mais impressionaram os europeus desde as primeiras exposições em museus europeus durante a expansão neocolonialista, através de milhares de peças saqueadas do patrimônio cultural da África, embora sem reconhecimento de seu significado simbólico. Hoje muitos governos africanos reivindicam sua devolução.
A máscara transforma o corpo do bailarino que conserva sua individualidade e, servindo-se dele como se fosse um suporte vivo e animado, encarna a outro ser; gênio, animal mítico que é representando assim momentaneamente.
Uma máscara é um ser que protege quem a carrega, assim está destinada a captar a força vital que escapa de um ser humano ou de um animal, no momento de sua morte. A energia captada na máscara é controlada e posteriormente redistribuída em benefício da coletividade. Como exemplo dessas máscaras destacam-se as Epa e as Gueledeé ou Gelede.
As civilizações africanas têm uma visão holística e simbólica da vida. Cada indivíduo é parte de um todo, ligados, todos em função do cosmos em uma eterna busca pela harmonia e de equilíbrio. Outro conceito fundamental na filosofia da existência africana é a importância do grupo, para que a comunidade viva, cada fiel deve participar seguindo o papel que lhe pertence em nível espiritual e terreno.
As religiões que têm uma relação direta com a arte africana no Brasil, são o Candomblé, e o Culto aos Egungun efetivamente de origem africana.
Fontes:
História Geral da África – UNESCO: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese_pdf_only/
MEYER, L. Black Africa: masks, sculpture, jewelry. Paris: Terrail, 1992.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/artes/arte-africana/
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