A Galeria degli Uffizi foi projetada e inicialmente construída por Giorgio Vasari entre 1560 e 1574, sob as ordens de Cosimo I de Medici, o Grão-Duque da Toscana.
Originalmente, Vasari projetou um edifício em forma de “U”, o qual deveria abrigar os escritórios (Uffizi em italiano) para magistrados, juízes, técnicos e comerciantes das corporações de Florença.
Para a execução do projeto, ocorrera a demolição de diferentes edifícios, como a igreja de San Pietro Scheraggio, uma antiga e importante igreja românica do século XI cujos arcos e colunas podem ser vistos da Via della Ninna em frente ao Palazzo Vecchio, antiga sede do governo da República de Florença.
Quando Giorgio Vasari morreu em 1574, o projeto de construção foi completado por outros dois arquitetos: Bernardo Buontalenti (1531-1608) e Alfonso Parigi, il Vecchio(?-1590) foram responsáveis pelo encerramento do trabalho em 1580.
Uma galeria privada para a diversão da família governante de Florença foi estabelecida no piso superior. Nela, foram exibidas pinturas, estátuas, joias, instrumentos científicos e armas transformando-a em uma coleção muito diversificada e preciosa.
A Galleria tornou-se um museu e abriu suas portas oficialmente em 1769.
Hoje em dia, com 50 salas, abriga pinturas que vão do século XIII ao século XVIII. Os destaques são a famosa "Madonna di Ognissanti" de Giotto, a "Batalha de San Romano" de Paolo Uccello, o retrato duplo de "Federico da Montefeltro" pintado por Piero della Francesca, "O Nascimento de Venus" e a “A Primavera” de Sandro Botticelli; “O batismo de Cristo” e “A Anunciação” de Leonardo da Vinci; o “Tondo Doni” de Michelangelo Buonarroti entre centenas de outros nomes.
As pinturas foram exibidas cronologicamente dentro da Galeria degli Uffizi, assim, pode-se observar as transformações na arte ao longo dos séculos.
Em virtude da extinção da linhagem direta da família Medici em 1737, com a morte do último Grão-Duque Gian Gastone, o Grão-Ducado de Florença se tornou parte do Império Austríaco, já que o Arquiduque Francisco I, da Casa Habsburgo-Lorena, era o descendente masculino mais próximo.
Foi a última Grã-duquesa, Ana Maria, que fora a viúva de Gin Gastone, declarou em seu testamento o desejo de doar a Florença essas maravilhosas coleções. Desta forma, a galeria foi aberta durante o século XVI para os visitantes sob solicitação e em 1769 abriu suas portas ao público como museu.
Em 1785, a Academia de Belas Artes de Florença e seu museu foram colocados sob a subordinação dos Uffizi, além da compra de obras importantes, como a “Alegoria da calúnia” de Sandro Boticelli. Já em 1793, o diretor dos Uffizi, Tommaso Puccini trocou quadros com o Museu de História da Arte de Viena, como por exemplo, “Flora” de Tiziano e transferiu algumas pinturas de Pollaiollo e Canaletto, quadros do Palazzo Pitti para a Galleria.
No entanto, algumas ameaças rondaram o esplendor da Galleria degli Uffizi, seja a pilhagem de 300 obras pelos nazistas entre 1940-1944, que depois foram devolvidas ao fim da Segunda Guerra pelos Aliados ao Estado italiano.
Outra ameaça, dessa vez de caráter natural, foi a grande inundação de 4 de novembro de 1966, quando uma chuva constante de mais de uma semana, fez com que o rio Arno transbordasse atingindo inúmeras partes da cidade como as igrejas de Santa Croce, o Duomo di Firenze, a Biblioteca Nacional e a Galleria degli Uffizi, atingida junto ao setor de restauros da instituição.
O grande temor era que a força da água (cerca de 2 milhões de metros cúbicos) e da lama (600.000 metros cúbicos) fizessem com que a galeria desabasse, então, às pressas, uma operação de emergência foi montada para salvar o acervo. Esta inundação foi a maior da história, superando a de 1844 ou mesmo outra mais remota em 1333. Todas ocorridas no início de novembro.
Superados os traumas e com as devidas reformas e providências posteriores, a Galleria degli Uffizi figura como um dos mais importantes museus do mundo, dada a qualidade e diversidade de seu acervo, atraindo cerca de 2,5 milhões de visitantes ao ano e se configura como um acervo vital para a História da Arte.
Fontes:
ARGAN. Giulio Carlo. História da Arte italiana: da Antiguidade a Duccio. Vol. III, São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
GINANNESCHI, Elena. Galeria Uffizzi: Florença. São Paulo: Editora Publifolha, 2009.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/artes/galeria-degli-uffizi/
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