A arte indígena passou a receber o reconhecimento por parte da intelectualidade, pois desde o desenvolvimento da Antropologia e da etnologia como campos de estudo, os povos nativos da América passaram ser pensados como culturas diferentes dos colonizadores e vislumbraram contribuições sociais culturais e ambientais para as atuais sociedades.
Os povos nativos construíam suas habitações e produziam vários tipos de utensílios, como cestos para uso doméstico, para transporte de alimentos e objetos trançados para ajudar no preparo de alimentos (peneiras), armadilhas para caça e pesca, instrumentos musicais para uso em rituais religiosos, redes para pescar e dormir, adornos pessoais (cocares, tangas, pulseiras), entre outros.
A cerâmica destacou-se principalmente pela sua utilidade, buscando a sua forma, nas cores e na decoração exterior, o seu ponto alto ocorreu na ilha de Marajó.
A etnia marajoara tem sua origem no noroeste da América do Sul, sendo que chegaram à Ilha de Marajó, por volta do século V.
Sua principal arte era a cerâmica, que podia ser de uso doméstico (para guardar mantimentos, simples e não apresentavam a superfície decorada), cerimonial (uso festivo ou homenagens fúnebres, eram bem decorados, caracterizados por apresentar desenhos, cortes na cerâmica ou em alto relevo), ou funeral (decoradas com desenhos labirínticos).
A cerâmica marajoara foi descoberta em 1871 quando dois pesquisadores visitavam a Ilha de Marajó. Impressionados com o que viram, publicaram um artigo em uma revista científica, revelando ao mundo a então desconhecida cultura marajoara.
Sua maior forma de produção também foi com a cerâmica. A cerâmica santarena apresenta decoração bastante complexa e refinada: além de pinturas e desenhos, as peças têm ornamentos em relevo, com figuras humanas ou de animais.
Os vasos da cultura santarena destacam-se pela presença de cariátides, denominação dada pelos especialistas porque eram figuras humanas que parecem sustentar ou apoiar a parte superior do vaso, posição semelhantes às colunas do templo de Atena e Poseidon Erecteum, na acrópole de Atenas na Grécia.
A cerâmica santarena refinadamente decorada com elementos em relevo perdurou até a chegada dos colonizadores portugueses. Mas, por volta do século XVII, os povos que a realizavam foram perdendo sua identidade cultural em virtude da colonização e da aculturação que sofreram, dessa forma, sua produção desapareceu.
Eles pintam o corpo para enfeitá-lo e também para defende-lo contra o Sol, os insetos e os espíritos maus. Também para revelar de quem se trata, como está se sentindo e o que pretende.
As cores e os desenhos são uma forma de comunicação. O cuidado na preparação da tinta, a seleção das cores e dos desenhos tem o objetivo de favorecer aqueles que os usam, proteção e sucesso na caça, na guerra, na pesca, na viagem.
Cada tribo e cada família desenvolvem padrões de pintura fiéis ao seu modo de ser. Nos dias comuns a pintura pode ser bastante simples, porém nas festas, nos combates, mostram-se mais requintadas, cobrindo diferentes partes do corpo e se agregando a outros adornos corpóreos, como brincos, colares e pulseiras.
A pintura corporal é geralmente uma função feminina; a mulher pinta os corpos dos filhos e do marido. Assim como a pintura corporal, a arte plumária serve para se enfeitar, como mantos, máscaras, cocares, e passam aos seus portadores elegância e majestade.
Fontes:
GRAÇA PROENÇA, Maria. História da Arte. São Paulo: Editora Ática.
JANSON, H.W. . Introdução à História da Arte. São Paulo: Editora Martins Fontes. 1996.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/artes/arte-indigena/
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