Espécie-chave

Espécie-chave é toda espécie que interage fortemente com a estrutura de uma teia alimentar.

A remoção da espécie-chave causaria um efeito significante como um colapso na estrutura da teia, o que poderia ocasionar extinções ou grandes mudanças na abundância de espécies. A teia alimentar forma uma rede de interações complexa com predadores, parasitos, fontes alimentares e competidores dentro de uma comunidade. A partir da remoção de uma espécie da comunidade efeitos diretos e indiretos das atividades da teia alimentar podem ser revelados. Os efeitos de um predador sobre sua presa são diretos e fáceis de compreender. No entanto, a remoção de uma espécie pode aumentar a densidade de um competidor causando declínio de um outro competidor. Ou a remoção de um predador pode aumentar a abundância de uma espécie de presa que é competitivamente superior a uma outra, determinando uma diminuição na densidade desta última.

A redução de populações de peixe-boi, animal típico do bioma Amazônia, que se alimenta de uma grande quantidade de macrófitas causaria um crescimento exagerado de biomassa e queda na fertilização da água, reduzindo as quantidades de populações de peixes. Essas atividades causam efeitos indiretos que são sentidos e repercutem ainda que remotamente, na teia alimentar. Os níveis tróficos compreendem a classificação das espécies em uma comunidade pelo modo em que obtém energia do ambiente. Os produtores primários são as plantas, as espécies fotossintetizantes. Os consumidores primários são os herbívoros os quais obtém energia das espécies fotossintetizantes. Os consumidores secundários são os predadores e parasitas que se alimentam dos herbívoros e os decompositores são detritivos que se alimentam de tecidos mortos e resíduos.

Uma espécie-chave pode ocorrer em qualquer nível trófico. Os predadores de topo de cadeia estão entre as espécies-chave mais comuns e são importantes por controlar as populações de herbívoros. A eliminação de uma espécie-chave pode causar uma série de extinções em cascata resultando em drástica degradação do ecossistema e diversidade biológica baixa em todos os níveis tróficos. Mesmo a eliminação representando uma porção minúscula da biomassa da comunidade isto ainda resultaria em mudanças dramáticas na vegetação e grande perda de diversidade biológica.

Espécies-chave são consideradas prioridade de proteção para os biólogos da conservação pois dentro da comunidade são espécies determinam a persistência de várias outras espécies. Caso ocorra a perda de uma espécie-chave em uma área de conservação, a diversidade biológica é diretamente afetada, podendo serem perdidas muitas outras espécies. Para proteger uma espécie que se tenha interesse é necessário conhecer as espécies-chave de que ela dependa direta ou indiretamente. Devolver uma espécie-chave para seu habitat natural não garante a reintegração da mesma, e também não garante a manutenção das condições originais da comunidade caso outros componentes tenham sido perdidos. No entanto, como as espécies-chave controlam a estrutura da comunidade devido a sua abundância, distribuição espacial, biomassa, porte ou cobertura e influenciam diretamente na ocorrência das demais espécies associadas a elas são essenciais os estudos orientados por princípios técnico-científicos no sentido de proporcionar condições que atendam a identificação destas espécies. Isto tem várias implicações importantes para a biologia da conservação. Se um número reduzido de espécies-chave puder ser identificado, a sua conservação será facilitada na hipótese desse ambiente estar ameaçado por atividades humanas especialmente aquelas áreas de florestas degradadas situadas em áreas de unidades de conservação.

Estratégias de conservação da biodiversidade Amazônica que incluam a preservação de serviços ecológicos dos ecossistemas valorizam a conservação de florestas. A preservação dos serviços ecológicos nas florestas deve ser uma prioridade dentro de estratégias de conservação e uso da biodiversidade. Tais estratégias devem considerar ecossistemas e também paisagens, e não somente as espécies, como unidades a serem conservadas. Desta forma pode se estabelecer a conservação das funções básicas que mantém a biosfera ativa.

Referência bibliográficas

Townsend, C. R; Begon, M.; Harper, J. L. Fundamentos em ecologia. 2ª ed. Artmed, Porto Alegre. 592p. 2006.

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Salomão, R. P. et al. Análise da florística e estrutura de floresta primária visando a seleção de espécies-chave, através de análise multivariada, para a restauração de áreas mineradas em unidades de conservação. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.36, n.6, p.989-1007, 2012.

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