Espécies pioneiras são os primeiros indivíduos que colonizam um ambiente e possuem crescimento rápido.
Apesar da grande diversidade de conceitos sobre o processo dinâmico da sucessão florestal, existem três tipos de classificação ecológica das espécies que são tradicionalmente utilizados:
Esta classificação faz parte de um conjunto de estratégias de estabelecimento de plantas em florestas tropicais e pertence ao estudo da dinâmica de sucessão florestal. A dinâmica sucessional das florestas tropicais é caracterizada pela entrada de novas espécies nativas originais comumente encontradas no solo da floresta, depositadas em bancos de sementes. A formação de clareiras são fundamentais para que o ciclo de regeneração natural se inicie. As clareiras são consideras os pontos matrizes onde ocorrem as sucessões florestais. São ocasionadas por fatores como chuvas, ventos fortes e raios e promovem o tombamento ou queda de indivíduos arbóreos arborescentes; a queda também pode ocorrer por idade avançada ou causas fitopatológicas. Outros fatores como raízes superficiais que não sustentam o peso exercido pela presença maciça de cipós e epífitas sobre o dossel também podem ocasionar a queda de árvores. As perturbações no ambiente, ocasionadas por ação antrópica, também promovem formação de clareiras. Estes são eventos comuns na floresta tropical amazônica que dão início a dinâmica da regeneração florestal.
A floresta tropical possui ecossistemas dinâmicos e complexos. O equilíbrio que mantém as redes de interações pode ser afetado se a perturbação no ambiente for grande o suficiente a ponto de causar modificações irreversíveis que interfiram no processo de regeneração natural da floresta. Na fase de clareira, o solo da floresta guarda um banco de sementes e plântulas que permitem as espécies permanecerem nos seus primeiros estágios do ciclo de vida, tendo a oportunidade de crescimento após aberta a clareira. Nesta fase, as mudas não excedem 2,70 m de altura. Na fase de edificação não existem grandes árvores, os indivíduos possuem crescimento intenso e são delgados, comumente chamados de “varas”. Sofrem fortes competições entre si para se estabelecerem no ambiente, além da intensa mortalidade da maioria das espécies pioneiras. Na fase madura, todos os tamanhos de árvores estão presentes. É possível notar a expansão lateral de suas copas e o predomínio do incremento diamétrico. As árvores tendem para a estabilidade em sua capacidade reprodutiva. A grande biomassa lenhosa que constitui as florestas tropicais se encontra, durante o seu ciclo de vida, atingindo o estágio de clímax.
As espécies pioneiras possuem madeira leve e crescimento rápido. Não sobrevivem em áreas de pouca água, necessitam de intensa luminosidade e costumam ter madeira clara. As espécies de madeira leve são mais eficazes em absorver nutrientes e crescer. Na floresta amazônica brasileira, a embaúba é uma típica espécie pioneira que cresce rapidamente e se estabelece com facilidade no ambiente. Por isto, esta árvore que pertence à família botânica das cecropiáceas sob o gênero Cecropia (Cecropiaceae) se tornou um símbolo de áreas que estão em estágios de regeneração e sucessão florestal.
As espécies secundárias possuem madeira mais densa e demoram mais tempo para se desenvolverem. Espécies de madeira dura possuem crescimento lento e investem grande parte do seu tempo de vida em incremento diamétrico. Toleram condições adversas, como sombra e seca e normalmente possuem uma madeira mais escura.
O clímax de uma floresta apresenta um caráter dinâmico e uma elevada biodiversidade. As árvores que compõem o clímax de uma floresta apresentam diferentes tamanhos e estágios de maturidade em seu ciclo de vida. Os níveis sucessionais são conceituados para efeitos didáticos, pois a sucessão em uma clareira existe dentro de uma continuidade e isto inclui uma floresta que chegou ao seu estágio clímax. Quando a floresta envelhece a suscetibilidade aos distúrbios muda. Indivíduos mais velhos estão mais propensos a tombamentos, o que pode ocasionar facilmente à abertura de uma nova clareira. Isto mostra que clareiras representam um fator de coexistência de muitas espécies e os agrupamentos ecológicos pioneiras e secundárias podem novamente aparecer nestas áreas e aumentar em numero ou densidade.
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Referências bibliográficas:
Poorter, L. et al. Wet and dry tropical forests show opposite successional pathways in Wood density but converge over time. Nature ecology & Evolution. 22 abr. 2019.
Maciel, M. de Nazaré.; Watzlawick, L. F.; Schoeninger, E, R.; Yamaji, F. M. Classificação ecológica das espécies arbóreas. Revista Acadêmica: ciências agrárias e ambientais, Curitiba, v.1, n.2, p. 69-78, abr./jun.2003.
Begon, M.; Townsend, C. R.; Harper, J. L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. 4ª ed. Artmed, Porto Alegre. 752p. 2007.
Townsend, C. R; Begon, M.; Harper, J. L. Fundamentos em ecologia. 2ª ed. Artmed, Porto Alegre. 592p. 2006.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/ecologia/especie-pioneira/
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