Espécies secundárias crescem até a maturidade na presença de espécies pioneiras, competem entre si e toleram níveis mais baixos de recursos.
A dinâmica de manchas ou clareiras faz parte do estudo da organização das comunidades ecológicas. Existem diferentes pontos de vista para estudar os efeitos da criação e reocupação de clareira. No estudo da ecologia de comunidade, são reconhecidos dois tipos fundamentalmente diferentes, as comunidades controladas pelos colonizadores e as comunidades controladas pela dominância.
Nas comunidades controladas pelos colonizadores as espécies possuem níveis aproximados em relação a sua capacidade de invadir clareiras. São competidoras iguais, se estabelecem e crescem rapidamente no ambiente além de serem tolerantes as condições abióticas. Os indivíduos competem aleatoriamente por espaço de residência.
Em comunidades controladas pela dominância espécies são competitivamente superiores a outras podendo ocorrer exclusão por competição localmente. Estas espécies toleraram níveis baixos de recursos e crescem até a maturidade na presença de espécies pioneiras, consequentemente competindo com elas. Quando espécies pioneiras, de estágios sucessionais médios e climácicas ocorrem juntas, a comunidade reduz a riqueza de espécies devido à exclusão competitiva exercida pelas espécies climácicas.
Distúrbios que provocam clareiras são comuns em todos os tipos de comunidades e iniciam a sucessão. Em florestas, eles podem ser causados por ventos fortes, raios, tremores de terra, retirada de madeira ou simplesmente pelo tombamento e morte de uma árvore. Outros distúrbios são menores e podem produzir um mosaico de habitats.
Os distúrbios de idades diferentes formam um mosaico de manchas na paisagem e apresentam estágios diferentes de sucessão. O espaço aberto é colonizado por espécies de um grupo de início de sucessão, as pioneiras. Com o passar do tempo mais espécies invadem a comunidade e com frequência aquelas com menor poder de dispersão. Ao atingirem a maturidade, dominando os estágios médios da sucessão, muitas ou todas as espécies pioneiras são levadas a extinção. Mais tarde a comunidade chega ao estágio de clímax, quando os competidores mais eficientes excluem espécies por competição. Nesta sequência, o número de espécies primeiro cresce por causa da colonização e depois decresce por causa da competição. Distúrbios ocasionados pelo fogo em uma floresta pode destruir uma extensão imensa da comunidade clímax.
Plantas anuais pioneiras são boas dispersoras de sementes e necessitam de alta incidência luminosa para germinar suas sementes. As sementes das plantas sucessionais tardias podem germinam sobre a sombra, abaixo do dossel em uma floresta. Elas podem crescer sob essas intensidades luminosas baixas, bem lentamente, mas mais rápido do que as espécies que elas substituem. Suas sementes são maiores, possuem menor poder de dispersão e fases juvenil longa durante o ciclo de vida.
As plantas fornecem o ponto de partida para todas as teias alimentares e determinam muito o caráter do ambiente físico em que os animais vivem. O fato de as plantas dominarem a maior parte da estrutura e sucessão de comunidades não significa que os animais sempre sigam as comunidades que as plantas impõem. Mais frequentemente os animais localizam-se entre as plantas como seguidores passivos da sucessão.
As clareiras se formam com a queda de árvores ou a morte de ervas campestres por onde se iniciam novas sucessões. No início da sucessão, a diversidade aumenta durante a fase de colonização inicial e cai devido à exclusão competitiva com a chegada do clímax.
O padrão da dinâmica em manchas de muitas comunidades é o resultado dos processos de morte, substituições e micro-sucessões que uma observação mais abrangente pode ocultar. As classificações ecológicas feitas pelo diversos autores representam uma simplificação ampla dentro do grande gradiente de comportamento das espécies florestais sendo importante não determinar como classificação única.
O conhecimento da dinâmica sucessional de florestas é fundamental para solucionar problemas como a manutenção da riqueza de espécies e o manejo sustentável de florestas com implicações para a conservação e manutenção da biodiversidade.
Referências bibliográficas:
Townsend, C. R; Begon, M.; Harper, J. L. Fundamentos em ecologia. 2ª ed. Artmed, Porto Alegre. 592p. 2006.
Maciel, M. de Nazaré.; Watzlawick, L. F.; Schoeninger, E, R.; Yamaji, F. M. Classificação ecológica das espécies arbóreas. Revista Acadêmica: ciências agrárias e ambientais, Curitiba, v.1, n.2, p. 69-78, abr./jun.2003.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/ecologia/especie-secundaria/
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