Albrecht Dürer

Albrecht Dürer nasceu em 21 de maio de 1471, em Nuremberg, filho de ourives que emigrara da Hungria. Sua mãe, Barbara Holper, era filha do mestre de seu pai. O casal teve 18 filhos – e Albrecht foi o terceiro. Quando criança frequentou a escola latina local e ali conheceu Willibald Pirckheimer, jovem da nobreza, que mais tarde se tornaria um respeitado estudioso humanista, ficaram amigos e manteriam correspondência por toda a vida. Depois de deixar a escola, Dürer estudou, como era costume, o ofício de ourives, na oficina paterna. Já demonstrava sinais de seu extraordinário talento artístico.

Autorretrato de Albrecht Dürer, 1498.

Com 15 anos, Dürer começava a trabalhar como aprendiz no estúdio de Michael Wolgemut, um pintor de prestígio em Nuremberg. Em 1490, depois de 4 anos ali, Dürer partiu para o tradicional “ano de bacharel” alemão, um período de viagens por muitas cidades, quando então o jovem desfrutava a vida antes de se estabelecer e de assumir responsabilidades familiares.

Albrecht Dürer viajou pelo que era, na época, o Sacro Império Romano-Germânico, e desse tempo de tantas viagens há poucas notícias e se conhecem poucas obras. Entre elas há, porém, uma tela: Autorretrato com Flor de Rícino de 1493. A flor, símbolo da fecundidade conjugal, tem sido interpretada como alusão ao noivado com Agnes Frey. Dürer retornou a Nuremberg para se casar, na primavera de 1494. Alguns meses após o casamento, partiria só, para sua primeira viagem à Itália.

O ponto culminante dessa viagem à Itália foi Veneza. Com insaciável sede de conhecimento e com perseverança que também sempre o caracterizou, Dürer dedicou-se a aprender tudo o que os mestres contemporâneos pudessem lhe ensinar. Estudou a ciência da perspectiva e o retrato do modelo nu; copiou os trabalhos de Mantegna e de outros gravadores; e discutiu a respeito das diversas teorias da arte em meio ao círculo de pintores venezianos.

De volta para casa em 1495, levava em sua bagagem os rudimentos do Renascimento italiano e a ambição de transplantá-la para usa própria terra. Ganhava vida com xilogravuras e gravuras em metal, que sua esposa e sua mãe vendiam nos mercados públicos e nas feiras, e que corriam toda a Europa nas mãos dos mercadores.

Gravuras como Os quatro cavaleiros do Apocalipse (1498) e São Miguel arcanjo combate Satã (1498) ficaram famosas.

Os quatro cavaleiros do Apocalipse, gravura de Albrecht Dürer, 1498.

No final do verão de 1505, Dürer voltava à Itália com o encargo de pintar retábulos para a associação dos comerciantes alemães, em Veneza – onde se estabeleceu por mais e um ano. Suas gravuras eram então muito conhecidas na Itália, respeitadas por artistas e por figuras eminentes, como o doge e o patriarca de Veneza que o visitavam em seu estúdio.

De 1512 a 1520, Dürer trabalhou quase exclusivamente para o Imperador Maximiliano I, tornando-se uma espécie de decorador oficial: além de ilustrar manuscritos e livros, desenhava brasões e estandartes, projetava cortejos e colaborou na criação do Arco do Triunfo, uma composição imensa, em forma de arco e constituída por centenas de xilogravuras. Em 1513, foi feito cidadão honorário do Grande Conselho de Nuremberg.

Nos últimos anos de vida, Dürer concentrou esforços em seus escritos: publicou trabalhos sobre proporção e perspectiva, além de compor a crônica de sua família e as próprias memórias. Morreu em 6 de abril de 1528, aos 57 anos, em Nuremberg. Não deixou discípulos, mas o legado de sua obra ajudou a arte alemã a florescer, primeiro no Renascimento, depois no Romantismo. Entre os artistas de seu tempo foi, sem dúvida, o mais universal.

Fontes:

WOLF, Norbert. Albrecht Dürer. Edições Taschen, 2010.

GOMBRICH, Ernst. História da Arte. Rio de Janeiro: Editora LTC, 16ª edição.

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