É importante localizar a palavra “humor” na história: na antiguidade greco-romana, o termo relacionava-se a líquidos e fluídos. A evolução de seu significado desenvolveu-se em direção a “estado de espírito”. Um sujeito “bem-humorado”, portanto, seria alguém com bons humores/líquidos em seu interior.
Então, para entender a Teoria dos Humores, devemos compreender suas raízes:
O filósofo grego Empédocles (c.495-435 a.C) sugeriu que os quatro elementos (água, ar, fogo e terra) e suas características (temperatura e umidade/secura) poderiam explicar a existência de qualquer substância.
O médico Hipócrates, (460 a.C.-377 a.C.), considerado o pai da Medicina ocidental, teve a filosofia como sua aliada. Assim, desenvolveu um modelo médico baseados nestes quatro elementos, atribuindo suas características a fluidos corporais – os humores. Assim, a saúde decorreria de seu equilíbrio, enquanto excessos e faltas explicariam estados de doença.
Foi com o médico Galeno (c.129-c.201 d.C.) que a medicina de base hipocrática chegou ao seu ápice. Ele expandiu a teoria, relacionando-a à personalidade e às inclinações emocionais e comportamentais dos indivíduos.
Logo, foi desenvolvida a teoria dos humores/temperamentos. Ela consiste na hipótese de cada corpo ser formado por misturas dos quatro elementos, de forma que cada ser nasceria com uma combinação deles.
A predominância de algum elemento acarretaria em um temperamento. Seriam eles:
Assim, para a promoção de saúde, o estudioso recomendava cuidados em relação ao ambiente, sono, repouso, à alimentação e às paixões.
Seus ditos perduraram até o Renascimento, quando advieram novas pesquisas.
Embora a teoria não faça parte da Psicologia atual, foi notável sua contribuição na área. No mais, vale citar que ela contribuiu aos estudos de Kant, Wundt e da Companhia de Jesus.
Referências bibliográficas:
RIBEIRO Jr., W.A. Aspectos reais e lendários da biografia de Hipócrates, o "pai da medicina". Jornal Brasileiro de História da Medicina, 2003.
ITO, Patrícia do Carmo Pereira; GUZZO, Raquel Souza Lobo. Diferenças individuais: temperamento e personalidade; importância da teoria. Estud. psicol. (Campinas), Campinas , v. 19, n. 1, p. 91-100, Apr. 2002 . Available from
MOREIRA, Fernando José De Santoro. EMPÉDOCLES, ARISTÓTELES E OS ELEMENTOS. Anais de Filosofia Clássica, v. 6, n. 12, p. 39-55.
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