O comportamento alimentar é um fenômeno complexo e de grande importância nas sociedades humanas. Apesar de aparentemente banal, possui significativa participação nas experiências subjetivas pessoais. Segundo Bernard e Trouvé (1976) e Paulo Rossi (2014), ele reúne as seguintes dimensões:
Os transtornos alimentares são patologias com componentes biopsicossociais, que resultam em muito sofrimento ao paciente e a seus familiares e amigos.
Além da necessidade de avaliação dos os prejuízos sociais e riscos físicos e psicológico dos quadros, há padronização de sua detecção e codificação. Os organizadores dos diagnósticos são o CID-11 (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde), publicado pela OMS; e o DSM-5, manual diagnóstico e estatístico feito pela Associação Americana de Psiquiatria.
Por fim, não se deve pensar nas seguintes patologias sem antes refletir sobre padrões de beleza irreais e pressões estéticas que todos os sujeitos sofrem, principalmente as mulheres – 90% dos casos das seguintes doenças são de pessoas do sexo feminino.
É um distúrbio caracterizado pela busca implacável por magreza, intenso medo de engordar e distorção da imagem corporal.
Há dois subtipos de anorexia nervosa:
A bulimia nervosa é um distúrbio caracterizado por preocupação persistente com a alimentação e o controle do peso corporal junto ao desejo irresistível de se alimentar. Assim, o quadro é marcado por repetidos episódios de hiperfagia (ato de comer com sensação de descontrole) seguidos de comportamentos purgativos, como autoindução de vômito e uso de laxantes a fim de evitar a possibilidade de engordar.
Além do sequestro emocional e estreitamento do universo psíquico que os transtornos resultam, suas consequências fisiológicas são diversas e perigosas.
A perda marcante de peso, junto a não ingestão dos nutrientes e calorias essenciais ao bom funcionamento do organismo resulta em desnutrição. Logo, são ocasionadas alterações endócrinas como amenorreia hipotalâmica (suspensão da menstruação), hipercortisolemia relativa, resistência nutricionalmente adquirida ao hormônio do crescimento, queda da densidade óssea e de incretinas como lepitina, insulina e amilina. Outra alteração possível é a anemia ferroprivativa, que causa fraqueza, taquicardia, sonolência, desânimo e suscetibilidade a infecções.
Por mais, o comportamento purgativo pode produzir alterações hidreletrolíticas (hipoglicemia, hiponatremia e hipocloremia), e o vômito recorrente chega a acarretar em perda do esmalte dentário, resultando em queda dos dentes.
O tratamento dos transtornos alimentares e suas comorbidades é de suma importância. Este consiste em psicoterapia, possivelmente associada a acompanhamento psiquiátrico, medicação e terapias complementares.
É possível buscar auxílio na rede particular, e também de forma gratuita nos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e nas Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde). Ademais, é possível discar 188 - CVV (Centro de Valorização da Vida) para conversar e obter apoio emocional, sob sigilo, 24 horas por dia.
Referências bibliográficas:
Cid 10: http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/cid10.htm
DSM-V, bg pharma, and the medicalization of ordinary life. New-York: Harper Collins Publisher, 2013a.
RAFIA: 1. Dalgalarrondo, P Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre, 2000. Editora Artes Médicas do Sul
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