O grupo dos canídeos é formado por cães, lobos, chacais, coiotes e raposas. A maioria desses animais são predadores, algumas vezes oportunistas e podem ser onívoros, alimentando-se vegetais, invertebrados e até carniça.
Para apresentar a anatomia geral canina, vamos nos basear no cão doméstico. Essa espécie possui uma grande variação anatômica entre as cerca de 400 raças conhecidas.
As estruturas externas básicas dos cães consistem em: stop, cabeça, nariz, espáduas, garupa, ombros, flanco, tórax, cotovelos, joelhos, jarretes, boletos, patas e munhecas. Para se medir a altura de um cão é utilizada a cernelha, posicionada no encontro entre os membros torácicos e o dorso.
Os cães são quadrúpedes e digitígrados, ou seja, o corpo é sustentado nos quatro membros, eles locomovem-se sobre os dedos e não tocam o chão com os pés e as mãos (popularmente chamados de patas) completos.
Eles possuem, ainda, quatro ou cindo dedos nas mãos e quatro nos pés. As primeiras são mais móveis e flexíveis, auxiliando em diversas situações, e os últimos são mais rígidos e sustentam a postura. As garras não são retráteis como nos gatos e auxiliam na tração do corpo durante corridas.
Nessas “patas” dos canídeos existem um dedo rudimentar córneo, como uma unha voltada para dentro e que não toca o chão, chamado de esporão ou ergot. Ele auxilia na locomoção em terrenos acidentados, mas costumam ser removidos ainda na infância ou devem ser aparados para que não causem ferimentos aos animais.
Ainda nas mãos e pés, existem as almofadas plantares. Elas são constituídas de tecido adiposo e dão muita sustentação aos dedos ao caminhar, protegendo-os contra temperaturas extremas e outras agressões potenciais.
Outra estrutura canina importante é a cauda, que é a extensão da coluna vertebral com suas vértebras coccígeas. Ela é longa e móvel, assim, é utilizada pelo animal no equilíbrio e seus movimentos são reconhecidos por expressar emoções. Atualmente é proibido cortar a cauda dos cachorros, mas essa era uma prática mutiladora comum no passado para diversos fins.
Existe uma variação grande no tamanho do cães e de suas estruturas externas, dentre as diferentes raças. Assim, é variável o formato do crânio e do focinho. As variações para essas características das raças são classificadas em:
Os cães são predadores potenciais, por isso, apresentam musculatura forte, um sistema cardiovascular eficiente, típico dos mamíferos, dentes caninos que permitem capturar, segurar e se alimentar de presas, assim como possuem dentes molares que permitem triturar e roer ossos.
O cão adulto pode ter entre 319 e 321 ossos, com diferenças entre macho e fêmea e entre as raças, pois é variável o número de vértebras caudais e o consequente tamanho da cauda.
O esqueleto canino é classificado em:
Nos membros pelvinos, há o ligamento sacrotuberal na articulação pélvica, o qual permite uma maior resistência a tração e evita lesões quando há flexões laterais nessa região articular.
Os cães conseguem saltar, devido às suas articulações e ao formato de seus membros, os quais possuem maior robustez muscular e óssea em sua porção proximal e são mais delgados em sua porção distal. Além de não possuírem clavícula, como os demais quadrúpedes, o que permite passadas maiores durante a corrida e saltos.
Esses animais possuem o ligamento da nuca entre a primeira vértebra torácica e o seguimento cervical, permitindo esses animais suportarem o peso da cabeça em longas distâncias. Eles possuem ainda flexibilidade nos discos intervertebrais, que promove um giro da cabeça em 220º.
Os canídeos possuem duas dentições, os dentes decíduos que são substituídos na infância pelos dentes permanentes, por isso, são chamados difiodontes. Sua dentição é parcialmente especializada, na qual os caninos são pontiagudos e bem maiores que os demais, os molares são fortes e bem desenvolvidos e eles ainda possuem os dentes carniceiros, que são também pontiagudos e afiados, derivados dos últimos pré-molares superiores e dos primeiros molares inferiores.
O esôfago é consideravelmente distensível, capaz de estocar o alimento temporariamente, e o baço cede espaço para o estômago quando ele está muito preenchido, por isso, os cães são capazes de comer uma enorme quantidade de alimento em um curto espaço de tempo, em relação ao seu tamanho corporal. Além de favorecer os hábitos carnívoros, já que a carne tem uma digestão demorada.
Esse sistema tem função de realizar as trocas gasosas e seu transporte, mas permite ainda a termorregulação, pois os cães possuem poucas glândulas sudoríparas e sua sudorese não é suficiente para regular a temperatura, por isso eles respiram mais intensamente com a língua para fora quando está calor.
As cadelas possuem um útero bicórneo, capaz de gerar entre dois a dez filhotes por gestação.
Os machos possuem um osso peniano que se descola e a base se entumece bastante, ocasionando um laço copulatório, ou seja, a fêmea fica atrelada ao macho até que a ereção termine.
Os cães possuem um sistema nervoso típico dos mamíferos, no entanto, desenvolvem um ótimo aprendizado por meio do adestramento. São, ainda, animais sociais, com audição e olfato excelentes, além dos demais sentidos também aguçados. Isso se deve a movimentação independente dos músculos da orelha, que levam o pavilhão auditivo em direção ao som e a cerca de 220 milhões de células olfativas, cerca de 1,7 mil papilas gustativas, uma rede nervosa profunda aos pelos e a presença de vibrissas.
Referências
DYCE, K.M. Tratado de Anatomia Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1997.
MACHADO, Bruno. Megainfográfico: Como é o corpo de um cachorro. Revista Superinteressante: Ciência, Cultura, Mundo Estranho. 2016. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/megainfografico-como-e-o-corpo-de-um-cachorro/. Acesso em 22/01/2020.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/animais/anatomia-canina/
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