Placentação

A placenta é o órgão responsável pela nutrição, trocas de gases e eliminação de excretas do feto durante a gestação. Ela também possui função endócrina e imunológica. Nesse sentido, produz hormônios que mantém a gestação e prepara o corpo da mãe para o parto, como gonadotrofinas, progesterona, relaxina e lactogênios, e forma uma barreira hematoplacentária a qual impede a passagem de determinadas substâncias do sangue materno para o feto.

Deste modo, a placentação consiste nos eventos que vão originar a placenta. Esse processo é fundamental para o desenvolvimento embrionário e a evolução da gravidez bem sucedida, pois, a partir desse órgão materno fetal ocorrem a troca nutricional e a regulação das relações endócrinas e imunológicas entre a mãe e o feto.

Eventos da Placentação

A placenta é desenvolvida dentro do endométrio, a camada epitelial do útero, por eventos sucessivos de erosão, implantação e formação de vilosidades e vasos sanguíneos embrionários e fetais.

A placentação humana inicia-se com a implantação do embrião no útero durante o 7o e o 12 o dia de gestação. Nesse processo, as células do trofoblasto diferenciam-se em citotrofoblasto e sinciociotrofoblasto.

As células do sinciciotrofoblasto se fundem, formando uma massa celular multinucleada. Essas células erodem o endométrio, por meio da liberação de enzimas, e migram em seu espaço, formando lacunas. Elas também rompem vasos sanguíneos, extravasando sangue nesses espaços lacunares.

Enquanto isso, o citotrofoblasto prolifera-se e forma feixes celulares que vão ocupando as lacunas até o contato com a região basal do endométrio. Tais feixes são chamados de vilosidades primárias.

O mesoderma extraembrionário, formado por diferenciação do embrioblasto (massa celular interna do embrião), cresce em direção às vilosidades primárias, que evoluem para vilosidades secundárias.

Por sua vez, essas vilosidades secundárias ramificam-se, o mesoderma extraembrionário presente forma vasos sanguíneos e a partir daí se tornam as vilosidades terciárias.

Os vasos sanguíneos das vilosidades terciárias interligam-se com os vasos embrionários originados no alantoide, assim formam juntos uma circulação capaz de obter nutrientes para o feto do sangue materno em sua volta presente nas lacunas.

Ao final desse processo, por volta da 12a semana de gestação (três meses) ocorre o estabelecimento completo da circulação materno placentária. Vasos que ainda estão intactos são desobstruídos e se tornam de grande calibre, e também ocorre remodelagem dos tecidos. A placenta passa a nutrir o embrião/feto em todo o seu desenvolvimento.

Destarte, a placenta será constituída pelo córion, a porção fetal; e pela decídua basal, a porção materna. O córion, por sua vez, é formado pelo mesoderma extraembrionário, as células do trofoblasto (citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto) que envolvem o embrião e os vasos do alantoide. A decídua basal é o endométrio adjacente à implantação e tem esse nome porque é eliminado junto à placenta durante à evacuação uterina no parto.

As células do sinciciotrofoblasto permanecem revestindo as visolidades coriônicas da placenta, após sua formação. É essa camada celular que produz hormônios, tais como:

  • A gonadotrofina coriônica humana (hCG), necessária para a manutenção e a adaptação imunológica da gravidez;
  • Estrógenos e progesterona, em maior quantidade, os quais mantém a gestação. Esses hormônios causam náuseas conforme a placenta vai amadurecendo e aumenta sua produção. Por isso, ao final da placentação, cerca do terceiro mês de gestação, a mulher sofre de náuseas intensas, até a adaptação fisiológica do corpo a esses níveis;
  • O lactogênio placentário, responsável pelo desenvolvimento das glândulas mamárias materna durante a gestação, assim, permitindo a produção de leite posteriormente ao parto.

Referências

MOORE, K. Embriologia Básica. 8ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier. 2013.

GILBERT, S. F. Biologia do Desenvolvimento. 6ª edição, Ribeirão Preto: FUNPEC. 2008.

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