Lactação e amamentação

A lactação é a capacidade de produzir o leite como alimento para os filhotes. Já a amamentação é o ato de oferecer esse alimento produzido nas mamas para o lactente. A alimentação exclusiva com o leite humano supre todas as necessidades nutricionais dos bebês nos 6 primeiros meses de vida e é recomendada continuamente e adicional aos alimentos até 2 ou mais anos de vida da criança.

O leite materno é completo por possuir vitaminas, minerais, gorduras, açúcares e proteínas apropriados para a digestão e absorção do organismo do bebê. Além disso, contém anticorpos que protegem a criança contra infecções que causam diarreia, pneumonias, otites e alergias.

Lactação

A lactação envolve a produção e ejeção do leite nas mamas, as quais, além de produzir, armazena e libera o leite. Tais processos obedecem a ação hormonal da progesterona, da prolactina e da ocitocina. Entre a quinta e a oitava semana da gestação, mamilos e aréolas tornam-se mais pigmentas e ocorre a hiperplasia das células mamárias, aumentando o volume das mamas e provocando dor e sensibilidade na gestante.

Fases da Lactogênese

A produção de leite chamada de lactogênese é dividida em três fases.

A fase I ocorre no último trimestre da gestação, é de controle endócrino em decorrência do balanço entre a progesterona e a prolactina. No entanto, a produção de leite é pequena e sua liberação é inibida, pelos baixos níveis de prolactina causados pelos altos níveis de progesterona e a presença do lactogênio placentário, respectivamente.

A fase II inicia-se após o parto. A redução de progesterona após a retirada da placenta aumentam a liberação de prolactina. As mamas então, tornam-se ainda maiores, pelo acúmulo de água para a produção de leite. Há a liberação de ocitocina durante o trabalho de parto e a sucção do mamilo pelo recém-nascido. Esse hormônio estimula a contração das células mioepiteliais e assim a ejeção do leite.

A descida do leite se dá entre 24 a 48 horas após o nascimento e marca o início da fase III da lactogênese. Um período maior que 72 horas após o parto é considerada descida tardia.

O primeiro leite é o colostro, nos primeiros cinco dias após o parto. Na sequência, o leite de transição é liberado até o final da segunda semana e, a seguir, o leite é classificado como maduro e se dá até o fim da lactação e amamentação.

A produção de leite na fase III é de regulação autócrina, pois a quantidade produzida é estimulada pelas mamadas. A sucção dos mamilos ativa as terminações nervosas que fazem parte do arco reflexo do hipotálamo, o qual estimula a adenohipófise para liberação da prolactina e a neurohipofíse ocitocina.

A prolactina então, estimula a produção do leite na proporção em que é liberada: quanto mais mamadas, mais leite é produzido.

Importância da amamentação

Para o lactente os benefícios vão além da nutrição, pois desenvolve vínculos afetivos com a mãe, protege contra infecções, previne obesidade, hipercolesterolemia, diabetes, hipertensão e neoplasias, além de auxiliar no desenvolvimento da cavidade oral. Para a lactante é importante na recuperação pós-parto, perda do possível excesso de peso ganho na gestação, contracepção durante o período de lactação, redução do risco de câncer de mama, ovários e endométrio e redução de custos financeiros.

Como amamentar

É necessário observar alguns detalhes para uma amamentação eficiente e que não cause lesões na mãe. A mãe pode estar deitada de lado ou sentada com os pés apoiados acima do chão. O bebê deve estar bem apoiado, com o corpo voltado para a mãe e a cabeça alinhada ao tronco. A lactante deve iniciar a pegada quando o bebê estiver com a boca completamente aberta e a língua para baixo. Uma boa pegada se dá quando a boca do bebê está bem aberta, com mais aréola visível acima da boca, queixo tocando a mama, bochechas arredondadas e lábio inferior voltado para fora. Dor na amamentação, ruídos da língua, mama deformada e/ou esticada, estriações vermelhas ou regiões brancas no mamilo após o bebê soltá-lo são sinais de que a técnica está incorreta.

Referência:

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.

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