Toda célula de um organismo multicelular é chamada de célula somática, exceto os gametas. Dessa forma, as células somáticas representam todas as células do corpo que possuem o conjunto gênico completo, ditas diploides. O termo “somático” significa “corporal”, proveniente do grego: sōmatikós.
Assim, de um modo geral, em organismos multicelulares é possível identificar dois tipos celulares distintos: as células somáticas e as reprodutoras, chamadas gametas.
A principal diferença das células somáticas é o número de cromossomos, ou seja, o número de fragmentos de DNA que constituem o conjunto gênico da espécie. Em humanos, o conjunto gênico das células somáticas é constituído de 46 cromossomos, denominado, portanto, diploides (2n). Consequentemente, as células reprodutivas humanas (espermatozoides nos homens e óvulos nas mulheres), possuem 23 cromossomos e são chamadas haploides.
Esse número de cromossomos é constante em todos os seres da mesma espécie e é uma das características que as distinguem das outras. Por isso, as células somáticas de indivíduos diferentes da mesma espécie expressam características básicas na constituição corporal de cada um, que pode levar a identificá-los como um grupo específico.
Outra diferença se dá pelo processo na qual são originadas. As células somáticas são formadas por meio da divisão celular chamada de mitose, no qual a célula-mãe dá origem a duas células-filhas, com o número idêntico de material genético da célula-mãe.
Já as reprodutivas formam-se através da meiose, o qual é um mecanismo de divisão em que a célula original deriva outras quatro filhas, com a metade do número de cromossomos da célula inicial, ou seja, essa divisão reduz pela metade o conjunto gênico.
Em organismos multicelulares, o desenvolvimento e o crescimento são separados das funções reprodutivas. Uma população de células germinativas é especializada na reprodução e, evolutivamente, o restante das células, as somáticas, fornecem um compartimento ou estrutura para manter tais células reprodutivas.
Outro aspecto que faz células corporais e reprodutivas diferirem entre si, é a reprodução sexuada, pois, o que mantém o número de cromossomos da espécie constante é a redução do número de cromossomos na linhagem sexual, pois quando ocorre a troca de material genético, esse número é recuperado.
Não obstante, em organismos unicelulares, há a programação gênica para que cada célula cresça e se divida, porque a divisão celular representa a reprodução, a qual é responsável pelo aumento do número de indivíduos da espécie. Por isso, todas as células originadas são idênticas e não há variação no número gênico entre elas naturalmente.
Referências
MALUF, S. W; RIEGEL, M. Citogenética humana. Porto Alegre: Artmed, 2011.
STRACHAN, T; READ, A. Genética molecular humana. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/celula-somatica/
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