O barroco brasileiro é uma estética da Era colonial da literatura brasileira, cujo marco é A prosopopeia de Bento Teixeira (1601). Como não havia independência política, o barroco aqui produzido faz parte da literatura brasileira e lusitana. Ainda assim, é possível observar ecos da vida colonial na literatura barroca. Nas artes, e na arquitetura, também houve manifestações barrocas, sendo o principal nome Aleijadinho. Na música, o barroco também se fez presente.
Assim como na Europa, o barroco na literatura brasileira é marcado pela contradição, pela dualidade. Os principais nomes desse período foram Bento Teixeira, Gregório de Matos e Botelho de Oliveira. Na prosa, temos os sermões de Padre Antônio Vieira.
Bento Teixeira – importância da primazia, sendo seu poemeto bastante sem desenvoltura. Pode-se considerar Bento Teixeira como um dos primeiros maneiristas ¹ coloniais.
Botelho de Oliveira – o mais importante representante do gongorismo (conceptismo) no Brasil. Sua obra é marcada por analogias e paradoxos, com uma fusão no plano sonoro e imagístico (imagens) e não apena no semântico.
Gregório de Matos – foi sem dúvida o mais expressivo dos barrocos. Conhecido como Boca do Inferno por causa de sua poesia satírica, criticava, principalmente, o governador da cidade da Bahia, Câmara Coutinho, o Braço de Ferro. A obra de Gregório é dividia:
É temática recorrente a discussão sobre a mutabilidade da vida. Agora, porém, há uma discussão mais religiosa, observada em simbologias que nos remetem à fé como luz, Sol, sombras que denota a dualidade barroca. Além disso, há clara argumentação nos poemas de Gregório, principalmente nos sacro-filosóficos.
Na prosa, o nome que mais se sobressai é o de Padre Antonio Vieira, apesar de lusitano, sua identificação com Brasil é evidente. Bosi afirma que “existe um Vieira brasileiro, um Vieira português e um vieira europeu”³, ou seja, a produção literária de Vieira assumia todas essas dimensões territoriais, ressaltando a genialidade escritor.
A prosa de Vieira era argumentativa, seus sermões, via de regra, partiam de uma parábola ou versículo para o desdobramento metafórico. Vieira valia-se das descrições alegóricas e da retorica bem elaborada num exemplo claro de conceptismo. Na verdade, o sermonista não valorizava o cultismo, pois dizia que a pregação tinha que ser clara e de fácil compreensão. Outra característica dos sermões é a presença de termos e expressões em latim. Essa característica mostra a erudição do padre.
Estruturalmente, os sermões eram divididos em intróito ou exórdio – a apresentação, introdução da pregação; desenvolvimento ou argumentação – defesa da ideia; peroração – conclusão da argumentação com uma edificação moral.
Partindo do Sermão da Sexagésima, podemos compreender a estrutura dos sermões de Vieira. O sermão parte da Parábola do bom semeador, fazendo uma analogia entre semear e pregar, para depois aplicar ao tema.
Notas:
1 Maneirismo – é uma variação do classicismo, considerado pré-barroco. No maneirismo, há aprofundamento da espiritualidade, da religiosidade sem abandonar os ideais classicistas.
2 Governador refere-se a quem governa – não tem o sentido atual.
3 Alfredo Bosi.
Bibliografia:
COUTINHO, Afrânio; Coutinho, Eduardo de Faria. A literatura no Brasil. Vol.
I, tomo. 1. São Paulo: Global, 1999.
FERREIRA, Joaquim. História da literatura portuguesa. Porto, Ed. Domingos Barreira, s/a.
RAMOS, Feliciano. História da literatura portuguesa. Braga, Livraria Cruz, 1967.
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