O Romantismo é uma escola literária do século XIX. Surge na Alemanha, num movimento chamado Sturm und Drang (tempestade e ímpeto). Esse movimento se baseia na emoção exacerbada e se opõe ao equilíbrio artificial do arcadismo. Da Alemanha, o movimento se espalha pela Inglaterra e França, alcançando toda a Europa.
A estética romântica é burguesa por excelência. Seu contexto histórico nos remete à Revolução Francesa que levou a burguesia ao poder. Era preciso uma arte que fomentasse o espírito burguês. Assim, o homem romântico defendia uma estética totalmente oposta à árcade (considerada estética da nobreza) valorizando a expressão do sentimento em oposição à valorização da razão; a inspiração poética em detrimento ao convencionalismo amoroso árcade. Os românticos não viam mais a natureza como objeto de imitação, como os árcades, mas sim como objeto de inspiração. Dar vazão ao sentimento era fundamental.
Os burgueses defendiam que a partir do esforço individual era possível se obter sucesso; o mesmo pensamento ocorria com o romântico que defendia a subjetividade e a individualidade como algo a ser defendido nas artes. Apenas os temas que expressassem o sentimento individual eram valorizados. Contraditoriamente, como esses sentimentos eram universais (amor, traição, por exemplo), o romantismo torna-se uma estética que prega o sentimento individual de forma universalizada. Assim, o romantismo valorizou muito os romances epistolares – que tinham feições de cartas, como se a ficção fosse real e que traziam a os segredos da intimidade, relacionamentos amoroso íntimos, mas sentimentos universais. Vale ressaltar que o romance é um gênero burguês por excelência e apenas no romantismo se torna amplamente difundido. Era o romance o gênero textual capaz de dar vazão ao ideal burguês.
Outra consequência pós-Revolução francesa foi o escapismo e a utopia. Os revolucionários se desencantaram com as consequências da revolução francesa e suas promessas de sucesso não cumpridas – não houve muitas mudanças sociais com a Revolução. Essa frustração levou o homem romântico a ansiar pela fuga de sua realidade (escapismo), por um mundo melhor e perfeito – utópico – que só era possível no passado histórico (medievalismo e historicismo).
Em Portugal, assim como toda a Europa, o romantismo ganha espaço por conta de uma necessidade de renovação. O principal nome do Romantismo lusitano foi Almeida Garret que traz o novo pensamento artístico para Portugal por meio de seu contato com Lord Byron.
Leia também:
Bibliografia:
CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro, Ouro sobre azul, 2007, pp. 25-7.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo, Cultrix, 2012.
GUINSBURG, Jacob. O Romantismo. São Paulo: Editora Perspectiva, 1985.
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