A economia do Sudeste teve o auge do seu desenvolvimento ao final do século XIX com o ciclo do café, produto muito consumido nas principais cidades da Europa daquele período. O grão foi introduzido no Brasil no começo do século XVIII. A partir de 1840 o café era o principal item de exportação brasileiro. Segundo dados do livro A Economia Brasileira (Nobel), de Werner Baer, já nos anos 1820 o café era responsável por 19% do total de materiais exportados, percentual que cresceu para 63% em 1891.
No começo do século XIX, a maior parte do café nacional era plantada no Sudeste, com ênfase no Vale do Paraíba, principalmente nas regiões norte e nordeste do Rio de Janeiro. A força de trabalho utilizada neste processo foi mão-de-obra escravizada dos negros, visto que as fazendas eram administradas por proprietários. A partir de 1880 o café produzido passou para a região Oeste de São Paulo devido ao esgotamento das terras férteis do Vale do Paraíba. Com a construção de diversas ferrovias, a cultura do café deslanchou de maneira rápida até 1890, sendo em que em 1894 o Porto de Santos era o maior exportador de café em escala global.
Durante todo o século XIX a exportação de café impulsionou a economia brasileira, visivelmente a da região Sudeste. São Paulo tornou-se o centro econômico do país e deste processo resultaram: acúmulo de capital dos produtores de café, investimento de infraestrutura estrangeiro, imigração, condições para o posterior desenvolvimento industrial do Sudeste e o dualismo do desenvolvimento regional em relação ao restante do país (Centro-Sul x Norte-Nordeste).
A partir dos anos 1930 a economia da região Sudeste viu-se em um processo de industrialização provocado pela depressão da economia mundial iniciada pelo Crash da Bolsa em 1929 nos EUA. Com o objetivo de substituir as importações, o Estado brasileiro passou a ter papel determinante na economia, visivelmente focada na região Sudeste. O intuito do governo do presidente Getúlio Vargas era proteger a economia da depressão mundial e acelerar o processo industrial.
Uma das empresas que impulsionou a economia do Sudeste foi a Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, maior indústria siderúrgica brasileira e da América Latina. Sua usina principal apresenta anualmente a produção de seis milhões de toneladas de aço bruto, além de cinco milhões de toneladas de laminados, o que faz dela uma das que mais produz em escala global. Na década de 1940 o governo Vargas criou a Fábrica Nacional de Motores, em Duque de Caxias. O objetivo inicial da empresa era fazer a manutenção de motores e também a sua produção, visto os problemas de escassez provenientes da Segunda Guerra Mundial. Logo a companhia estava produzindo geladeiras, tratores e carros.
Uma das principais fontes de riqueza em Minas Gerais foi a exportação de minério, antes considerada uma atividade danosa e de pouco retorno financeiro ao Estado devido ao baixo valor pago pelas empresas estrangeiras exploratórias que se instalavam no território mineiro. Desta forma, houve a criação de taxas no sentido de inibir o abuso dos conglomerados internacionais e de criar de empresas brasileiras. Em 1942, após decreto do presidente Getúlio Vargas, surgiu a Companhia Vale do Rio Doce, estatal que acabou passando por processo de privatização no ano de 1997.
Nos anos 1950, com ênfase em sua segunda metade, ocorreu um grande avanço na industrialização do Sudeste. Esta nova fase do desenvolvimento econômico teve influência do investimento público a partir de empresas estatais, chegada do capital privado estrangeiro e também nacional. Atrelado a isso, em 1952 foi criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O BNDES atua como o principal instrumento do Governo Federal direcionado aos financiamentos de longo prazo, além dos investimentos em várias áreas da economia nacional.
No que se refere ao capital externo, em 1953 a Ford Motor inaugurou unidade fabril no país, em São Paulo. Sua função era a montagem de automóveis europeus e norte-americanos, chassis de ônibus, caminhões e tratores. Outra empresa automobilística que se instalou em São Paulo naquele mesmo ano foi Volkswagen, no bairro do Ipiranga. Em 1956, em São Bernardo do Campo (ABC Paulista), foi construída uma fábrica. Foi o começo da produção da Kombi, primeiro automóvel fabricado no Brasil, apresentando 50% do total de peças produzidas naquela unidade fabril. Em 1959 foi lançado o Fusca. No começo da década de 1960 esses dois modelos tinham índice de nacionalização em 95%.
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Fontes:
BAER, Werner. A Economia Brasileira. São Paulo: Nobel, 1996, 416p.
https://odia.ig.com.br/economia/2022/05/6392609-regiao-sudeste-conta-com-92-milhoes-de-pequenos-negocios-diz-sebrae.html
https://www.scielo.br/j/neco/a/j9VN5dY8V5c8rHTsz5jfsss/?lang=pt
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/economia-do-sudeste/
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