A invasão do Capitólio nos Estados Unidos foi um ataque realizado pelos apoiadores do presidente republicano Donald Trump no dia seis de janeiro de 2021. Ocorreu durante uma sessão do congresso que tinha o intuito da certificação dos resultados das eleições que elegeram o presidente democrata Joe Biden. Assim, uma multidão de seguidores de Trump interrompeu aquele evento para não permitir que o cargo de Biden fosse legitimado. Esta invasão foi categorizada como uma tentativa de golpe de estado e também uma insurreição. Em outro aspecto, o FBI (Federal Bureau of Investigation) elevou este atentando ao status de ato de terrorismo doméstico.
Naquela data, Trump tinha feito um discurso nas proximidades da Casa Branca dirigindo-se a uma multidão. Ele encorajava os manifestantes a iniciarem uma marcha na direção do Capitólio, indicando que a rebelião seria a última maneira de resistir à vitória de Joe Biden. Os cidadãos entraram em confronto com as forças policiais, derrubaram barreiras e invadiram o prédio. O grupo era formado por pessoas com bandeiras dos Estados Unidos, alguns vestindo estampas militares e uniformes de caça.
Munidos de celulares, filmavam as instalações, tiravam fotos de documentos, subiam em mesas e pulavam pelos arredores, dominando o lugar do qual os políticos já tinham fugido antecipadamente. Uma das figuras mais controversas daquela ação foi um homem com roupas de pele de animal e tatuagens, usando dois chifres na cabeça, que fincou a bandeira dos EUA e sentou-se à mesa que costumeiramente é ocupada pelos congressistas.
Apesar de preceder de tom pitoresco, a invasão do Capitólio dos EUA tornou-se um evento trágico. Segundo dados do Departamento de Justiça dos EUA, cerca de 140 policiais que protegiam o Capitólio foram agredidos. Um deles morreu após ser hospitalizado, e outros dois cometeram suicídio. Um dos manifestantes foi baleado e morto, um homem foi esmagado até morrer devido à passagem da multidão, e outro sofreu um ataque cardíaco e faleceu.
As Eleições Presidenciais dos EUA em 2020 precederam de diversas medidas por terem ocorrido em meio à crise sanitária da covid-19. Devido ao risco que poderiam levar à saúde dos eleitores, diversos Estados optaram pelo adiamento das chamadas eleições primárias. Além disso, foram indicadas alterações nas práticas eleitorais para que os cidadãos pudessem escolher o próximo presidente de forma segura. Estas mudanças foram: ampliação do período de votação antecipada e afrouxamento de alguns requisitos para a aquisição de cédulas, às quais milhares de eleitores precisariam utilizar como alternativa ao comparecimento aos locais de votação.
Com isso, o Comitê Nacional Republicano e figuras representativas do partido entraram com diversos processos acusando que aquelas alterações deslegitimariam a autoridade constitucional no intuito de criar novas leis que fraldavam as eleições. Trump foi um dos maiores porta-vozes destes descontentes e, mesmo após os processos terem sido descartados, continuou alardeando pelas mídias sociais que os democratas estavam fraldando as eleições.
Por meio do Facebook – em meio ao alarde midiático de acusações de Trump e outros republicanos – foi criado um grupo de nome “Stop the Steal” (trad. livre: Parem o Roubo). Com a primeira publicação no dia 4 de novembro de 2020, a página alcançou 320.000 membros em menos de um dia. O grupo foi cancelado pela empresa, mas os apoiadores do “Stop the Steal” já tinham se disseminado por outras mídias sociais nas quais espalhavam teorias da conspiração e organizavam manifestações em diversos Estados, atrapalhando assembleias de votos em curso, apontando que estavam sendo fraldadas.
Após todos os eleitores terem votado, no dia 14 de dezembro de 2020, Joe Biden saiu-se vitorioso. Assim, Trump e seus asseclas pelos EUA centraram suas atenções para a cerimônia de contagem de votos de cada Estado, que ocorreria no congresso com início no dia seis de janeiro de 2021. Trump encorajava seus apoiadores por meio de tweets (postagens na rede social Twitter), convocando-os para um comício que ocorreria em um parque nas proximidades da Casa Branca. Estes seguidores do republicano reuniam grupos paramilitares, membros de associações de direita extrema, cidadãos descontentes e outros membros de agremiações direitistas norte-americanas.
Em meio a um discurso inflamado, Trump dizia: “Nós simplesmente não vamos deixar isso acontecer!”. O palanque teve fim depois das 13h e, assim, a multidão venceu as barreiras da ala oeste do Capitólio, levando a polícia e a segurança a se refugiarem montando barricadas próximas ao edifício. A aglomeração ganhava cada vez mais adeptos e, sobrecarregados, os policiais foram agredidos com bastões, canos, bandeiras, além de produtos químicos que eram arremessados pelos apoiadores dos republicanos. Perto das 14h, os revoltosos subiram as escadas do Capitólio ou escalaram pelas paredes, invadindo-o. Ocorreram saques e atos de vandalismo.
Então os governantes de Maryland e Virgínia acionaram as tropas estaduais e a Guarda Nacional para conter o tumulto. Próximo às 18h, o Capitólio estava livre dos manifestantes, com muitos tendo sido presos no local ou em durante a fuga. Logo o congresso retornou à certificação da contagem de votos e no dia sete de janeiro de 2021, Joe Biden foi legitimado como presidente dos Estados Unidos.
Fontes:
https://www.britannica.com/event/United-States-Capitol-attack-of-2021
https://www.history.com/this-day-in-history/january-6-capitol-riot
https://asiatimes.com/2021/05/the-disintegrated-states-of-america/
http://www.orientemidia.org/pepe-escobar-11-9-foi-o-preludio-6-1-e-o-santo-graal-1/
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/invasao-do-capitolio-nos-eua/
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