Os países mais pobres do mundo apresentam características similares. A maior parte deles passou por processos históricos de colonização e divisão de seus territórios, o que levou a conflitos étnicos, religiosos, exploração de seus recursos naturais e genocídios. Fora isso, estas nações subdesenvolvidas foram sobremaneira afetadas durante a crise sanitária da covid-19 a partir de 2020.
Quais são os países mais pobres do mundo?
Trata-se de uma pequena nação que teve sua situação de miséria originada a partir de diversos fatores. Com localização na África Oriental, Burundi configura-se como uma sociedade rural, sendo que menos de 15% de sua população encontra-se em áreas de urbanização. Em 2013 o país foi classificado com o décimo menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em escala global.
A origem da pobreza em Burundi iniciou-se em 1885, quando as maiores nações da Europa fizeram a partilha da África durante a Conferência de Berlim. Assim, Burundi foi entregue à Alemanha, que começou a colonizar o território a partir de 1906. Depois da Primeira Guerra Mundial, a área da nação africana foi anexada ao país vizinho, Ruanda; e tutelada pela Bélgica. Em 1946 Burundi ficou sobre responsabilidade da ONU (Organização das Nações Unidas).
Talvez o maior problema de Burundi tenha sido a divisão territorial realizada na Conferência de Berlim, que causou diversos conflitos étnicos, visto que as áreas traçadas para o domínio de cada nação da Europa não levou em consideração a composição étnica local. Logo, em Burundi houve o conflito entre os hutus, maior parte do povo, e os tutsi, que precediam de um poder monárquico. Sem auxílio de grandes potências ou entidades mundiais – acrescentando a este processo a retirada do governo belga em 1962 – iniciou-se um conflito generalizado. Três anos depois, uma rebelião hutu foi massacrada pelo governo. Nos anos seguintes, o país passou por uma sucessão de golpes de estado e conflitos que somaram a morte de mais de 200 mil pessoas.
Esse cenário trágico de colonização e violência resultou nos números que indicam o nível de subdesenvolvimento e pobreza de Burundi: IDH de 0,426 (2021), Produto Interno Bruto (PIB) per capta de US$ 808 (2017) e crescimento anual PIB estacado em menos de 0,1%, desde 2007.
O Sudão do Sul foi fundado em 2011. Isso ocorreu seis anos depois de um acordo de paz que determinou o fim de uma longa guerra civil travada na África. Os conflitos étnicos que geraram este conflito tem origem na divisão do país, resultando na morte de mais de 400.000 pessoas e no deslocamento de mais de 4 milhões para outras nações. De acordo com dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), o Sudão do Sul teve uma queda de crescimento do PIB de 5,5% para 1,2%, entre 2017 e 2018. O PIB de participação total no mundo é de 0,02% e a inflação chegou à casa de 24,5% em 2018. O país não possui tecido industrial e a dívida pública alcançou 2,4% do PIB.
A República Centro Africana apresentou o IDH de 0,404 em 2021. A origem deste país remete ao período em que foi uma colônia explorada pelos franceses, quando tinha o nome de Ubangui-Chari, parte da África Equatorial Francesa. Em 1958 tornou-se uma república na comunidade francesa, alcançando sua independência em 1960. A economia da República Centro Africana é essencialmente agrícola, sem produção industrial, a expectativa de vida das mulheres é de 48,2 anos e, dos homens, de 45,1 anos. Em 2004 o país contava com somente 8 médicos para cada 100.000 pessoas presentes no país.
Com IDH de 0,479 no ano de 2021, a República Democrática do Congo teve origem também durante a Conferência de Berlim, em 1885. Conforme a divisão do continente africano entre os países da Europa, o território do Congo acabou se transformando em um presente de caráter pessoal para Leopoldo II, segundo Rei dos belgas. Leopoldo II batizou aquela área por Estado Livre do Congo, mas, a partir de 1908, a localidade deixou de ser uma propriedade da Coroa. Após diversos movimentos independentistas e anticoloniais organizados pelo Movimento Nacional Congolês, o país tornou-se independente tardiamente, em 1960.
A República Democrática do Congo sofreu ainda pressões contra a sua soberania por meio de movimentos separatistas impulsionados pela França, Bélgica e Estados Unidos, que resultaram na guerra mais violenta do continente africano. Em 2018, o PIB do país apresentava-se em 3,9% e com crescimento de 0,5% em relação ao de 2017. A participação do PIB do Congo no total mundial é de 0,06%.
Completam a lista de nações mais pobres do mundo, respectivamente: Somália (PIB de 1,322%), Níger (1,435%), Moçambique (1,439%), Malauí (1,603%), Chade (1,705%) e Madagascar (1,778%).
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Fontes:
https://www.gfmag.com/global-data/economic-data/the-poorest-countries-in-the-world
https://www.atlasandboots.com/travel-blog/poorest-countries-in-the-world-ranked/
https://www.concernusa.org/story/worlds-poorest-countries/
https://blogdaboitempo.com.br/2019/07/20/por-um-fanon-revolucionario/
https://operamundi.uol.com.br/historia/29977/hoje-na-historia-1878-e-concluido-o-tratado-de-berlim
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/paises-mais-pobres-do-mundo/
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