Na época do Apartheid sul-africano, o governo fez uma tentativa de dividir o Estado da África do Sul em várias republiquetas. Aproximadamente 87% das terras era para habitação dos brancos, indianos e mestiços, restando 13% que foi dividido em dez pátrias para os negros (80% da população), às quais era dada uma suposta independência e autonomia teórica. Essa pequenas pátrias eram chamadas de bantustões. Esta falsa autonomia dos bantustões terminava quando o exército da África intervinha nestas áreas quando houvessem políticas que não fossem do gosto do governo sul-africano.
Criados na época em que o regime do apartheid vigorava na África do Sul, os bantustões eram pseudoestados com características tribais. O objetivo da criação destes estados, na verdade, era de manter os negros longe das terras e bairros que eram habitados por brancos. Apesar da distância, os negros ainda tinham contato com estes locais, mas apenas por servirem como mão-de-obra barata.
A palavra bantustão deriva de bantu, que é o nome de um enorme grupo de povos da África. Já stão é uma terminação com origem na cultura persa, utilizada para determinar um território de um povo. É, por exemplo, encontrada no nome do Afeganistão. Apesar da ligação com outros povos, o termo ficou realmente conhecido na época do apartheid.
Apenas na década de 70 os governantes sul-africanos tornaram independentes algumas daquelas terras, que funcionavam como territórios supostamente autônomos. Porém, essas áreas serviam apenas para controlar a população negra, que só tinha a opção de sair para trabalhar na área em que os brancos moravam e, para isso, recebiam um passaporte. Desta forma, conclui-se que os habitantes dos bantustões tinham como única alternativa servir os brancos sem receber nada por isso.
Os bantustões foram criados no ano de 1951, época em que ocorria o regime de segregação racial chamado apartheid, que vigorou na África do Sul entre 1948 a 1994. Alguns historiadores consideram que a criação dos bantustões eram as formas mais abrangentes do apartheid, que, na época de Hendrik Frensch Verwoerd, então Primeiro Ministro da África do Sul, ganhou a roupagem ideológica do “desenvolvimento separado”. Tal conceito vigorou no país até o ano de 1966 e continuou com a proibição de negros utilizarem os mesmo lugares públicos que os brancos.
Fontes: BOAHEN, A. Adu. (org). História Geral da África, vol. VII: A África sob dominação colonial, 1880-1935. São Paulo: Ática; Unesco, 1991. http://www.historia.uff.br/nec/se%C3%A7%C3%B5es/cronologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Bantust%C3%A3o
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