O epitélio que reveste internamente os vasos sanguíneos, os vasos linfáticos e o coração é denominado endotélio. Ele é constituído por uma única camada de células pavimentosas, chamadas células endoteliais, por isso, é classificado como Epitélio Pavimentoso Simples.
As células endoteliais possuem um núcleo basofílico de formato achatado, o qual caracteriza as células epiteliais pavimentosas ao microscópio óptico e apresenta-se em coloração azulada, devido a afinidade pela hematoxilina, nas preparações comuns HE. O citoplasma é pouco volumoso e muitas vezes nem é possível ser observado na visualização microscópica.
Essas células possuem origem no mesoderma e, apesar de formar uma camada de revestimento muito delgada nos vasos e no coração, elas cobrem uma extensão de cerca de 600 metros quadrados em todo o sistema cardiovascular e linfático.
Uma célula endotelial vive cerca de 30 anos. Após este período, as células tendem a morrer e células vizinhas proliferam-se e a substituem. As células endoteliais que se regeneram parecem não desempenhar suas funções de forma completa, assim sua resposta a estímulos é diminuída.
A células endoteliais nos vasos sanguíneos apresentam diversas funções metabólicas, de forma que são consideradas uma interface entre o sistema circulatório e os vários sistemas do organismo.
Durante muitos anos acreditou-se que sua função limitava-se ao revestimento característico a todos os outros epitélios. No entanto, nos últimos 40 anos tem-se verificado diversas funções do endotélio para a homeostasia do organismo. Podemos citar as seguintes funções:
As funções do endotélio estão relacionadas a produção de determinadas substâncias pelas células endoteliais, sob o estímulo da pressão sanguínea nos vasos.
A principal delas é o óxido nítrico (NO). Mas, elas produzem outras substâncias com função vasodilatadoras, tais como prostaciclinas, cininas e fator de hiperpolarização derivado do endotélio e outras com função vasoconstritoras, como a endotelina e a angiotensina II. Além disso, são produzidas moléculas antioxidantes como a enzima superóxido dismutase e antinflamatórias, como prostaciclinas, heparanas e peptídeos natriuréticos.
O equilíbrio entre a produção e liberação dessas substâncias mantem o endotélio normal, mas um desbalanço nessa produção pode ocasionar disfunção endotelial e quadros como a arterosclerose.
Referências:
BAHIA, Luciana et al. O endotélio na síndrome metabólica. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 2006.
CARVALHO, Maria Helena Catelli et al. Hipertensão arterial: o endotélio e suas múltiplas funções. Rev Bras Hipertens, v. 8, n. 1, p. 76-88, 2001.
GHISI, Gabriela Lima de Melo et al. Exercício físico e disfunção endotelial. Arq. bras. cardiol, v. 95, n. 5, p. e130-e137, 2010.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/celula-endotelial/
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