O DIU (Dispositivo Intrauterino) é um dispositivo colocado dentro do útero como método contraceptivo de ação prolongada e reversível. Esse método possui alta eficácia, pois, depois de implantado, não requer nenhuma ação da mulher, o que evita esquecimento e mantém a continuidade de seus efeitos contraceptivos. Além disso, ao ser removido a fertilidade volta a ser como antes.
Existem 3 tipos de dispositivos intrauterinos, são eles:
Esse tipo também é conhecido como SIU (Sistema Intrauterino) e por Mirena®, seu nome de referência no mercado farmacêutico. Ele consiste em uma haste de plástico de 32x32 mm em formato de T, contendo um reservatório hormonal de levonorgestrel, um análogo sintético da progesterona. Nesse sistema estão presentes 52 mg do hormônio que é liberado diariamente no útero em uma dose de 20 μg por dia. Ele possui 5 anos de validade no organismo.
O hormônio liberado age na camada que reveste o útero, chamada endométrio, diminuindo sua espessura e quantidade de glândulas contidas nele. Assim, reduz a produção e o espessamento do muco cervical, fazendo com que a capacitação e mobilidade dos espermatozoides até a tuba uterina seja prejudicada, além de formar uma espécie de tampão impedindo a passagem de boa parte deles pelo colo uterino.
Devido a sua ação na redução da camada endometrial, a qual descama-se formando a menstruação, é indicado para o tratamento de sangramento menstrual intenso, pois ele causa redução ou interrupção da menstruação durante o período de uso. Em consequência dessa ação hormonal local também possui melhora de casos de dismenorreia (cólicas menstruais intensas), dor pélvica, endometriose, hiperplasia endometrial e câncer endometrial.
Podem causar efeitos colaterais mínimos como acne, inchaço abdominal e escapes de sangue (spotting).
O DIU de cobre é o precursor dos dispositivos intrauterinos, sendo o primeiro lançado utilizado até hoje. Ele é formado por uma haste em forma de T, revestido por fio de cobre de 380 mm. O cobre liberado pelo dispositivo no útero consiste no princípio ativo contraceptivo. Apesar do mecanismo não ser completamente compreendido, sabe-se que o cobre possui efeito inflamatório espermicida, impede também a passagem dos espermatozoides para a tuba uterina e a implantação do concepto no útero.
Por ser um método não hormonal, é indicado para mulheres que querem evitar a ação desses no organismo. No entanto, ele causa aumento no fluxo menstrual e nas cólicas associadas e pode causar dor pélvica, endometriose e gravidez ectópica numa taxa muito maior que o DIU hormonal.
Ele tem duração no organismo de 5 a 10 anos, dependendo do fabricante.
Esse dispositivo combina cobre e prata com o intuito de reduzir a oxidação do cobre no útero. Ele reduz o efeito colateral do cobre nas complicações menstruais, de forma que fluxo e as cólicas são menores. No entanto, o mecanismo de ação anticoncepcional e a duração são os mesmos observados no DIU de cobre.
O DIU é prescrito pelo médico ginecologista e inserido no consultório como um procedimento de rotina. No entanto, pode ser utilizado sedativo, pois causa um desconforto, principalmente em mulheres nulíparas (que nunca engravidaram).
O dispositivo é envolto por um disparador, que é inserido dentro do útero pela cérvix e libera o DIU, deixando duas cordinhas acopladas a ele, na vagina, as quais são utilizadas para a remoção.
A eficácia é de 0,8 para DIU de cobre e 0,2 para o hormonal em 100 mulheres ao ano.
Os custos desse contraceptivo são relativos ao preço do DIU, que varia de R$ 100,00 a R$ 1200,00, de forma que os hormonais são os mais caros; e o valor do procedimento, o qual varia de profissional para profissional.
Os planos de saúde cobrem os custos do DIU, conforme o preconizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A escolha do método contraceptivo é individual e deve ser orientada por um médico, levando em conta o planejamento reprodutivo e a saúde da mulher.
Referências:
ADEYEMI-FOWODE, Oluyemisi A.; BERCAW-PRATT, Jennifer L. Intrauterine devices: effective contraception with noncontraceptive benefits for adolescents. Journal of pediatric and adolescent gynecology, v. 32, n. 5, p. S2-S6, 2019.
https://www.anticoncepcionaldelp.com.br/. Acesso em 27/12/2019.
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