Guatemala

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A Guatemala é um país da América Central. Possui fronteiras com o México (norte), Belize, golfo de Honduras (leste) e El Salvador (sul). O país é banhado à sudoeste pelo Oceano Pacífico e à leste possui uma pequena faixa de contato com o Oceano Atlântico (Mar do Caribe). A nação é considerada uma república presidencialista, e o seu idioma oficial é o espanhol, embora possua também mais de 20 línguas que remetem aos povos originários.

A capital da Guatemala é a Cidade da Guatemala, que conta com 2,847 milhões habitantes, de acordo com senso realizado em 2014. A moeda corrente deste país latino-americano é o Quetzal. Em relação aos dados territoriais, possui uma superfície de 108.889 km² e a densidade demográfica é de 132 habitantes por km², segundo dados de 2010. Sua população apresenta 14,34 milhões de habitantes, divididos quase igualmente em áreas urbanas e rurais. O índice de analfabetismo do país é de aproximadamente 25% da população.

No que se refere à composição étnica da Guatemala, a maior parte é formada por mestiços (espanhóis com povos ameríndios) e europeus, em um total de 59%. O restante divide-se entre as etnias: k'iche, kaqchike, mam, q'eqchi e outros maias. As religiões da Guatemala são: católica romana, protestante e a religião maia.

Conteúdo deste artigo

  • Civilização Maia
  • Colonização pela Espanha
  • Independência da Guatemala
  • Revolução Liberal de 1871
  • Revolução de Outubro
  • Contrarrevolução e golpe
  • Século XXI e neoliberalismo

Civilização Maia

A Guatemala teve em sua origem a cultura maia como predominante. O país é considerado o berço da civilização maia. Neste aspecto, demonstrava uma sociedade extremamente avançada e até mesmo superior à civilização europeia em diversos aspectos. Os maias ostentavam um calendário avançado, observatórios astronômicos e possuíam capacidades de construção. Durante o Período Clássico, este povo construiu a maior parte de suas cidades.

Entre as criações destacadas dos maias no território destaca-se a Plaza Mayor, centro político do Período Clássico e coração da cidade maia, onde se localizam as acrópoles e os Templos I e II. Há também o chamado Mundo Perdido, complexo onde estão 38 estruturas que, segundo historiadores, formavam um campo de estudos de astronomia.

Ruínas de Tikal, uma antiga cidade Maia. Foto: Mundo Maya / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0

Colonização pela Espanha

Desde 1519 a Guatemala já havia passado por diversas expedições dos espanhóis. Devido às doenças trazidas da Europa, os povos ameríndios foram vítimas de epidemias que levaram a devastação de grande parte da população. A colonização da Guatemala partiu primeiramente de Hernán Cortés, que permitiu que seu irmão, Pedro de Alvarado, explorasse aquele território. Após algum tempo, toda a área estava sob o domínio espanhol. A fundação da primeira capital do período colonial deu-se em 1524, batizada como Villa de Santiago de Guatemala. Em 1527 a capital foi transferida para Ciudad Vieja.

Independência da Guatemala

A independência da Guatemala ocorreu em 1821. Naquele ano, a então Capitania Geral da Guatemala proclamou de forma oficial a sua independência em relação à Espanha. Isso ocorreu em uma reunião pública na Cidade da Guatemala e, desta forma, o território guatemalteco juntou-se ao Primeiro Império Mexicano.

Revolução Liberal de 1871

Uma dos fatores que realmente fez a sociedade da Guatemala se afastar de sua condição colonial foi a Revolução Liberal. Ela ocorreu 50 anos após a proclamação da independência do país. Este processo deu-se a partir da vitória do segmento liberal formado pelos mestiços (ladinos) em movimento contrário aos criollos, que eram os conservadores da antiga política. É importante frisar que a denominação criollo refere-se aos descendentes de espanhóis e outros povos da Europa, nascidos na Guatemala. Assim, eram ligados ao colonialismo e às tradições e religião católica da Espanha. Por outro lado, os mestiços (ou ladinos) formaram-se pela miscigenação do espanhol com o indígena. Por sua vez, eram defensores do progresso e travaram batalhas desde o início contra os criollos.

Apesar do início progressista, o setor liberal governou até 1945 de forma autoritária. Isso pode ser observado no governo de Manuel Estrada Cabrera, com duração de 21 anos, fazendo uso da força. Cabrera entregou importantes recursos e infraestrutura ao capital dos EUA, que já articulava interesses desde o fim do século XIX nos segmentos de transporte e produção da banana, adquirindo as plantações por meio da United Fruit Company. No começo do século XX, Minor Keith – empresário estadunidense – obteve o contrato para terminar a rede das ferrovias intra-oceânicas, controlando o porto caribenho em Puerto Barrios e a estrada de ferro.

Revolução de Outubro

Entre 1944 e 1954 ocorreu a Revolução de Outubro, determinando o fim do Estado liberal e dos interesses do segmento oligárquico cafeeiro. Ocorreram mudanças institucionais e reformas nos setores trabalhista, rural, educacional, econômico e da saúde. O Decreto 900 (Lei de Reforma Agrária) foi o mais importante. Punha fim na servidão do campo, abria portas para a expropriação legal relacionada às terras sem cultivo, além de entregar ao campesinato a possibilidade de produção de alimentos. Neste aspecto, teve início também a industrialização de caráter nacional. Esta reforma foi idealizada por Jacobo Arbenz Guzmán, político, militar e presidente do país entre 1951 a 1954. Em seu mandato, entregou terra a 100 mil camponeses e expropriou mais de um milhão de acres privados.

Contrarrevolução e golpe

Em 1954 teve fim este breve período democrático e de cunho nacionalista. Em julho daquele ano, após conluio entre forças estadunidenses e de repressão guatemalteca, o regime revolucionário terminou com a renúncia de Jacobo Arbenz Guzmán. Isso marcou o início de uma era com ditaduras militares na Guatemala.

Século XXI e neoliberalismo

Em 2012 o general Otto Perez Molina tornou-se presidente da Guatemala. Ele promoveu ações fiscais para atrair investimentos estrangeiros, impulsionando a economia. Porém, a pobreza e a desnutrição atingiram 43% das crianças com menos de cinco anos, mantendo o índice de desenvolvimento humano muito baixo e apontando para uma discrepância entre a abertura econômica internacional e a falta de políticas internas para o desenvolvimento do país e progresso material referente ao povo, que eram prioridades do governo de Jacobo Arbenz Guzmán.

Fontes:

Sader, E., Jinkings, I., Nobile, R., & Martins, C. E. (2006). Latinoamericana: enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo Editorial/ Laboratório de Políticas Públicas (LPP).

W. M. Jackson (1948). O Mundo Pitoresco. [S.l.]: W. M. Jackson Editores

https://www.britannica.com/place/Guatemala

https://thesaker.is/democracy-tortured-meaning-of-the-wrong-word/

https://outraspalavras.net/outrasmidias/guatemala-60-anos-de-um-golpe/

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