Linha de pobreza ou linha internacional de pobreza foi o limite monetário criado para designar em que momento um indivíduo está vivendo em situação de pobreza. Caso uma pessoa tenha uma renda menor do que a verificada como linha de pobreza em seu país, pode ser considerada pobre. O cálculo é feito a partir do índice de pobreza extrema referente a uma nação, tendo em vista o valor com que um cidadão adulto consegue se sustentar. Obtido este número, ocorre sua posterior conversão em dólar e o resultado desta operação indica a linha de pobreza de cada país. Em escala global, a linha de pobreza é avaliada em US$ 1,90 diário, ou seja, R$ 10,81 (valor em reais referente ao ano de 2020).
Em sua concepção inicial, a linha de pobreza tinha sido definida em US$ 1 diário. Conforme o total de bens consumidos e a paridade de poder de compra foram considerados no cálculo da linha de pobreza, foi possível que os órgãos internacionais pudessem determinar as populações consideradas em nível de pobreza extrema.
Na concepção do Banco Mundial (BM), o índice difere conforme o país e o período em que é verificado, levando-se em consideração o custo de elementos básicos como moradia, roupas e alimentos. Em 2008 a linha de pobreza foi considerada no patamar de US$ 1,25 por dia. Já em 2015, o índice da linha de pobreza recebeu uma atualização para US$ 1,90. Ou seja, a indicação do crescimento ou diminuição do que se entende por linha de pobreza depende do que é concebido nos órgãos internacionais imbuídos pelo controle econômico em escala global.
Ainda segundo o Banco Mundial, em 2012 foi verificado que 900 milhões de cidadãos apresentavam renda diária abaixo da denominada como linha de pobreza. Ou seja, naquele ano foi constatada a presença de quase 1 bilhão de pessoas vivendo na miséria.
Em 2019 foi verificado através de pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por meio da Síntese de Indicadores Sociais, que 54,8 milhões de brasileiros apresentavam-se em nível inferior à linha de pobreza. Desta forma, verificou-se naquele ano que ¼ de toda a população do Brasil tinha renda domiciliar por pessoa inferior a R$ 406 mensais, conforme o critério indicado pelo BM.
Ainda segundo o IBGE, a pobreza no Brasil apresenta-se por concentração em localidades diferentes. Somente na região Nordeste foi verificada a presença de 44,8% de pessoas abaixo da linha de pobreza em referência ao total de brasileiros em 2019.
O conceito para a criação de uma linha de pobreza que indica indivíduos em situação de miséria em escala mundial sem a atenção às peculiaridades de cada país recebe críticas de economistas de diversas vertentes e pode ser considerado um sintoma da globalização e do cosmopolitismo. Essa contradição pode ser facilmente observada no Brasil. Obviamente, um cidadão que tem renda diária inferior a R$ 10,81 estaria na linha de pobreza segundo o Banco Mundial. Porém, mesmo que um brasileiro ganhe o dobro disso, sua renda mensal não consegue chegar a um salário mínimo, que é de R$ 1.045 mensais (R$ 34,83 por dia, dados de 2020). Assim, percebe-se que as organizações internacionais não consideram certas características pontuais de cada país. Segundo especialistas, dessa forma passam a mascarar e diminuir o índice de pessoas em situação de miséria.
Fora isso, outros elementos como saúde e educação podem apresentar difícil quantificação no total verificado pelo Banco Mundial. Com isso, o impacto que estes fatores têm na economia acaba por ser diluído na população de um país. Entre outros índices, a linha de pobreza não contempla situações como eficácia do saneamento básico e suas consequências em relação às pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza.
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Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/sociologia/linha-de-pobreza/
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