Assim como grande parte dos países da América Central, a Nicarágua apresenta em sua História características como o colonialismo, o neocolonialismo, revoluções de cunho popular e nacionalista, além de ditaduras violentas contra o povo.
A Nicarágua tem uma população de 5,8 milhões de habitantes. No que se refere a sua extensão, conta com 130 mil km² e possui fronteira com Honduras, ao Norte, e com a Costa Rica, ao Sul. Oficialmente, o idioma da Nicarágua é o espanhol – fruto da colonização – mas também possui o sumo, o misquito, o crioulo, o garifuna e o rama. Pelo lado religioso, o país é de maioria católica, embora exista uma porcentagem de evangélicos. A capital da Nicarágua é Manágua e suas principais cidades são Masaya, Matagalpa, Chinandega e Leão.
Em 1502 Cristóvão Colombo desembarcou nas terras daquela região. Os espanhóis iniciaram atividade exploratória interessados nas principais riquezas: a prata, o ouro e a força de trabalho dos povos originários, que foram escravizados. Com o passar do tempo, os indígenas foram dizimados devido à violência empregada pelos europeus, que também trouxeram doenças da Europa, como a varíola e a gripe. Dos 500 mil habitantes que havia naquela região, restaram somente 15 mil após os primeiros 50 anos de colonização.
A partir do século XVIII ocorreu um processo que levou ao enfraquecimento do colonialismo Espanhol. Os Estados Unidos abriram concorrência por meio da introdução de mercenários, pois muitos norte-americanos já marcavam presença no território devido à proximidade entre as duas nações. Naquele mesmo período, a Grã-Bretanha invadiu e ocupou parte da Nicarágua através da Jamaica, conquistando a área de Misquito até o século XIX. Os EUA acabaram por substituir os bretões e organizaram um governo na Nicarágua para defender seus próprios interesses.
Em 1821 ocorreu uma ruptura em relação à Espanha. Três anos depois tem início a Primeira Guerra Civil da Nicarágua, que levou o país a diversos processos ditatoriais, intervenções estrangeiras e pactos. Já em 1838, é promulgada a Primeira Constituição, dentro de um acordo entre as forças republicanas e monarquistas.
Atrelados aos interesses dos EUA, no século XIX as classes dominantes da Nicarágua promoveram a hegemonia de grandes companhias estadunidenses em seu território. Em 1850 a American Atlantic and Pacific Ship Canal Company obteve posse exclusiva de um canal da Nicarágua, assim como outras companhias norte-americanas dominaram as rotas terrestres e fluviais do país, frustrando o direito daquela população à soberania nacional. Esse processo desembocou na autoproclamação de William Walker, um aventureiro norte-americano, como presidente da Nicarágua.
Os grupos predominantes da Nicarágua durante o século XX foram oligarcas de cunho conservador e burgueses ligados ao liberalismo. Em contrapartida, formavam-se grupos populares e nacionalistas, liderados por Augusto César Sandino, revolucionário nicaraguense que encabeçou a contraofensiva à presença militar dos EUA na Nicarágua, entre 1927 e 1933.
Com as ações nacionais e libertadoras de Sandino, os EUA decidem substituir o exército nicaraguense e por uma Guarda Nacional, chefiada por Anastasio Somoza García, funcionário de companhias dos EUA durante a ocupação militar da Nicarágua no começo do século XX. Em 1934, Sandino foi assassinado pelas forças de Somoza. Tem início uma ditadura apadrinhada pelos norte-americanos.
Durante os anos 1970, grupos como os dos burgueses liberais e dos oligarcas conservadores acabaram organizando-se dentro do cenário político e corporativo. Isso ocorreu devido a um descontentamento econômico e político destas esferas de poder. Ao mesmo tempo, os nacionalistas populares – inspirados pela luta de Sandino e pela Revolução Cubana – formam a FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional) e tornaram-se o principal grupo jovem e armado contra a Ditadura Somozista. A FSLN tomou o poder em 19 de julho de 1979, governando a Nicarágua por meio de uma Junta de Governo de Reconstrução Nacional.
Fontes:
MAREGA, Marisa. A Nicarágua Sandinista. 2º ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1982 (Coleção Tudo é História)
https://clate.org/noticias/nicaragua-la-revolucion-sandinista-dos-tiempos-una-direccion/
http://latinoamericana.wiki.br/verbetes/n/nicaragua
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-05102009-165528/publico/Fabio2.pdf
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/nicaragua/
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