O filme Nosferatu (1922), de Friedrich Wilhelm Murnau e Henrik Galeen (roteirista), é uma adaptação do romance Drácula, escrito por Bram Stoker. Na época, o diretor alemão ignorou a negativa da viúva de Stoker, que não lhe concedeu os direitos do livro. Assim, mudou os nomes dos personagens e deu andamento no projeto.
As mudanças de Murnau começam pelo nome do Conde Drácula, que vira Conde Orlok. O personagem é uma das mais fiéis representações do vampiro no cinema: dentes e nariz pontiagudos, orelhas grandes, esguio, alto e de aparência esquálida. Além de seguir a risca as características encontradas no livro de Stoker, Nosferatu é uma transfiguração do horror, representa o mal e o estranhamento que é a principal particularidade do vampiro.
De acordo com Mauro Pommer, no livro Estudos de Cinema – SOCINE IX, “Nosferatu não constitui a primeira adaptação do romance Drácula para o cinema. Porém, a primeira versão para o texto de Stoker, o filme húngaro Drakula (1920), consiste em uma adaptação não autorizada da qual não restou nenhuma cópia conhecida. Desse modo, as inovações introduzidas por Murnau e Galeen tornaram-se a referência duradoura para as futuras adaptações”.
O filme apresenta Hutter, um agente imobiliário que vai até os Cárpatos com objetivo de visitar um novo cliente, mas se depara com o Conde Orlok. Hutter descobre que Orlok é um vampiro e tenta impedi-lo de expandir suas propriedades para Wisborg, cidade em que o agente vive com sua mulher, Ellen. Mas o vampiro consegue se mudar e leva morte e pragas para o povoado, até que Ellen descobre que Orlok sente um forte desejo por ela.
Apesar de ser uma figura estranha, Orlok trata Hutter com bastante cordialidade. O vampiro, que passa seus dias sozinho em um castelo na Transilvânia, comporta-se de maneira aristocrática e não possui criados. Orlok tem o poder de influenciar pessoas e animais, tornando-os seus servos. Para preservar e aumentar seus poderes, o vampiro carrega caixões cheios de ratos e terra de sua cidade para levá-los a outras áreas.
Ellen, desde o início, demonstra ter maus presságios sobre a tarefa do marido. Durante o filme, ela aparece sempre em transe, sonâmbula e pensativa. Murnau coloca a figura feminina como mais sensível e propensa às influências do vampiro Orlok.
Segundo Giovanni Alves, no site Tela Crítica (telacritica.org), “apesar de seus poderes malignos (e sobrenaturais), Orlok é uma criatura limitada pela própria Natureza que ele parece comandar a seu dispor. O vampiro é escravo da Natureza, apesar de ir além dela. Não consegue viver à luz do dia e só consegue dormir e repousar em caixões com sua terra natal. Por isso, se quiser expandir sua área de influência precisa de um território onde possa instalar seus caixões de terra”.
Fontes: HAMBURGER, Esther; SOUZA, Gustavo; MENDONÇA, Leandro; AMÂNCIO, Tunico. Estudos de cinema Socine IX. São Paulo: Annablume,2008. http://36.mostra.org/acontece/destaque/378414/nosferatu-com-trilha-ao-vivo-no-parque-ibirapuera http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Wilhelm_Murnau http://www.telacritica.org/nosferatu.htm
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