O trofoblasto é o conjunto de células que envolvem o embrião, na fase de blástula, responsável por erodir o endométrio do útero na implantação e originar a placenta. No início da implantação e formação da placenta, fornece rota para a nutrição entre o endométrio materno e o embrião. Quando a placenta está completamente formada, ele cobre a superfície das vilosidades coriônicas e forma a porção fetal da placenta.
A estrutura celular do trofoblasto é composta de três tipos de células: o citotrofoblasto, sinciciotrofoblasto, e trofoblasto intermediário ou extraviloso.
O citotrofoblasto possui alta atividade mitótica, mas não apresenta a síntese de hormônios. Ele dá origem às outras células do trofoblasto, como o sinciciotrofoblasto.
O sinciciotrofoblasto é o principal componente da placenta humana, é central para transporte de nutrientes, tem baixa atividade mitótica e sintetiza o hormônio Gonadotrófico Coriônico Humano (HCG). Esse hormônio é uma proteína composta pelas subunidades α e β-hCG, que é utilizada para detecção sorológica da gestação, por ser produzido pelo embrião. É também um marcador tumoral de Neoplasias Trofoblásticas Gestacionais.
O trofoblasto intermediário tem características dos outros dois componentes e é responsável pela invasão do endométrio e implantação.
O trofoblasto desenvolve-se no embrião na fase da Blástula. Para compreender melhor, vejamos como se dá essa fase durante o desenvolvimento embrionário.
O desenvolvimento embrionário tem início após a fecundação. A nova célula, o zigoto, inicia seu desenvolvimento por meio de sucessivas divisões celulares e a diferenciação dessas células, que vão originar as primeiras fases do embrião: a mórula e a blástula.
O embrião com duas, quatro, oito, até 32 células possui aspecto de amora, por isso, é chamado mórula. Todas as células nesse estágio, possuem tamanhos semelhantes. Porém, ao final dessa fase, inicia-se o processo de compactação do embrião, no qual as células internas formam um agrupamento chamado de Massa Celular Interna ou embrioblasto e as células externas diferenciam-se em um epitélio firmemente unido, formando uma superfície mais lisa.
Essa camada externa é chamada de trofoectoderma, nos períodos que antecedem a placentação, e trofoblasto quando estas células já participam do processo de formação da placenta. Essa modificação do trofoectoderma inicia o processo de diferenciação do embrião característico da fase de blástula.
Nessa fase, o embrião, agora chamado de blastocisto, já encontra-se no útero vindo da tuba uterina, onde ocorreu a fecundação. As células do trofoectoderma absorvem líquido do útero e formam uma cavidade interna com esse conteúdo, chamada de blastocele.
Logo, o blastocisto contém três estruturas:
O aumento da quantidade dos líquidos na blastocele faz o blastocisto se expandir, o que ocasiona a ruptura da zona pelúcida que ainda o recobre, de forma que suas células agora podem iniciar a implantação do embrião no útero.
Cerca de seis dias após a fecundação, na gestação humana, o blastocisto se adere à superfície do endométrio e inicia a implantação. Com essa adesão, o trofoectoderma, agora chamado de trofoblasto, se prolifera rapidamente e se diferencia em duas camadas: o citotrofoblasto, interno; e o sinciciotrofoblasto, externo, multinucleado e invasivo, responsável por erodir os tecidos maternos, criar o espaço para completar a implantação e obter nutrientes para o concepto.
Essa aquisição de nutrientes maternos inicia-se com a erosão das glândulas e vasos sanguíneos do endométrio, feita pelo sinciciotrofoblasto, posteriormente, ocorre o processo de placentação, no qual o trofoblasto e outras membranas fetais formam a placenta, um órgão materno-fetal transitório.
Referências:
MOORE K. Embriologia Básica. 8ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier. 2013.
GILBERT, S. F. Biologia do Desenvolvimento. 6ª edição, Ribeirão Preto: FUNPEC. 2008.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/embriologia/trofoblasto/
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