Em 2013, Detroit se tornou a maior cidade dos EUA a pedir falência, com dívidas de pelo menos US$ 15 bilhões. Uma vez considerada o coração da indústria de automóveis nos EUA, a cidade de Detroit teve uma grande queda no índice populacional, que caiu de dois milhões de pessoas (década de 1950) para 713 mil habitantes no ano da concordata.
Berço dourado da produção de automóveis em massa, que deu à cidade o apelido de 'Motor City' (Cidade do Motor), Detroit não suportou a crise. Porém, a concordata já era esperada por especialistas do setor financeiro. A cidade havia passado por diversas crises ao longo do século XX, mas sempre conseguiu se recuperar. Porém, as décadas de declínio, corrupção e péssima administração pública levaram a cidade ao panorama em que se encontra agora.
A espiral de crimes que tomou conta da cidade, além da retirada de diversas fábricas do setor automotivo, levou Detroit a uma destruição de seus alicerces fiscais. Como parâmetro comparativo, em seu auge, a urbe servia de base para as operações da General Motors, Ford e as principais companhias da área. Hoje, não há quase nenhuma empresa do ramo no local.
No intuito de salvar a cidade da bancarrota, o governador denominou um gerente de emergência, que passou meses analisando os livros de contabilidade de Detroit. Após diversos estudos, foi informado ao governo que as dívidas acumuladas pela urbe ao longo dos anos estavam insustentáveis e que a única saída seria a concordata.
Porém, o pedido de falência de Detroit desencadeou um processo que poderia levar a uma longa luta em âmbito legal com milhões de funcionários antigos e atuais da cidade, que têm direito a benefícios como assistência médica e pensões. Dentro deste contexto, o gerente de emergência escolhido pelo governador concluiu que “o corte das pensões dos trabalhadores seria vital para solucionar o problema das finanças da cidade”.
Apesar de ser o local mais recente a passar por um problema desta magnitude nos EUA, a falência de Detroit não é um caso isolado. De acordo com o economista Richard Wolff: “Há tantas outras cidades nos EUA na condição de Detroit, que se os tribunais decidirem que é legal retirar a pensão que foi prometida aos trabalhadores, os Estados Unidos estariam diante da legalização do roubo”. Segundo Wolff, “a falência de Detroit é um exemplo do fracasso de um sistema econômico".
Fontes: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/07/130724_aprenda_detroit.shtml http://terramagazine.terra.com.br/blogdoandresetaro/blog/2013/08/13/o-documentario-roger-and-me-e-as-falencias-das-cidades-de-flint-e-detroit/ http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2013/07/detroit-nos-eua-anuncia-falencia-e-faz-pedido-oficial-de-concordata.html http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,juiz-bloqueia-processos-contra-pedido-de-falencia-de-detroit,160014,0.htm
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